Os discursos políticos oficiais da FRELIMO abordados neste trabalho atuam no
contexto social moçambicano das décadas de 1970 e 1980, estabelecendo o que faria parte do
comum partilhado entre os cidadãos moçambicanos e o que estaria segregado ou excluído deste
comum que aqui entendemos ser a construção da nação e da identidade nacional. Para além dos
elementos em disputa, estes discursos versam ainda sobre quem poderia fazer parte e
principalmente quem poderia falar em nome da nação. Revelando ser a linguagem campo fértil
essencial para o desenvolvimento de disputas a respeito da conquista e manutenção do poder e da
legitimidade dos porta-vozes de um grupo.