ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:188-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">188-1</td><td><b>O CONTO DA PRIORESA DE GEOFFREY CHAUCER: A SATANIZAÇÃO DA FIGURA DO JUDEU NA LITERATURA MEDIEVAL</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Márcia Maria Medeiros </u> (UEMS - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Na história, a figura do judeu acabou por sofrer perseguições de todas as ordens. Durante o período medieval eles foram acusados de serem os assassinos de Cristo. Em outros casos, eram vistos como difusores da lepra, ou disseminadores da Peste Negra. Sobre sua figura se difundiam histórias, como por exemplo, a de serem responsáveis por envenenamento de poços os quais levavam comunidades inteiras a morte por conta de epidemias decorridas de tais procedimentos. Sua cultura, seus hábitos alimentares cercados de certos tabus, tudo contribuía para criar em torno deles uma aura que os tornava próximos das forças do Maligno. Em sua obra, Contos da Cantuária, Geoffrey Chaucer, através do Conto da Prioresa, demonstra esse universo de satanização do judeu, tornando-o mais uma vez assassino de um inocente. Nesse poema, uma criança de 7 anos é degolada por um judeu, tendo sua garganta cortada "até o osso" e seu corpo "jogado em uma fossa, onde os judeus do bairro defecavam", e tudo por uma singela razão: esse menino passava todos os dias pelo meio do bairro, entoando cânticos de louvor a Virgem Maria com sua maviosa voz. Percebe-se que Chaucer vai construindo a figura de um vilão maligno, no ouvido de quem a Serpente Satanás figura que "tem seu ninho de vespas no coração dos judeus" se ergue e diz que aquilo soa como uma afronta, como se o menino estivesse menosprezando a todos eles cantando aquelas palavras que soam contrárias as suas sagradas leis da Torah. Então que resta aos judeus, senão atentar contra a vida do inocente menino? Mais uma vez, o povo maldito derrama sangue inocente. E mais uma vez a eles só resta a expiação através do chefe dos milicianos, que condenou-os às piores torturas e à morte infame a todos os que participaram do crime, sendo todos arrastados por cavalos e pendurados na forca. Sua purificação e expiação só pode ser feita através do derramento de seu sangue. O que fica claro no texto de Chaucer, é que existe mais uma vez o liame que une a literatura e a história: se entrelaça em um fio, permitindo perceber como uma sociedade vê os grupos sociais que a constituem e os projeta em seu imaginário, sendo aqui em particular o constituído pelos judeus, figuras tão controversas na história e que junto com outras minorias, vivenciaram processos como as Cruzadas e os pogroms do mundo contemporâneo.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>