ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:295-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">295-1</td><td><b>"tierra que todo se da, pero com acidez": ficção e história em Pedro Páramo, de Juan Rulfo</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Daniele dos Santos Rosa </u> (UNB - Universidade de Brasília) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Um dos problemas centrais da crítica literária é a relação entre a forma literária e o processo social. Esta relação se intensifica no momento em que a estrutura literária se estabelece como escola, como manifestação coletiva da arte e passa a atuar como forma de expressão de um tempo ou época. Como nos ensina Antonio Candido, trata-se de uma relação dialeticamente íntegra entre a estrutura da obra de arte e a História. É nesse sentido, como um problema da crítica e da historiografia literária (ambas tendências que não se separam no trabalho do crítico), que pretendo nesta comunicação refletir sobre o romance <i>Pedro Páramo</i>, de Juan Rulfo. Esta obra é parte de um movimento estético inovador, o Realismo Fantástico, que vai na contramão do modernismo europeu e americano. Tem-se um romance que se fundamenta na utilização das inovações formais, como a fragmentação temporal e espacial, mas mantém uma referencialidade na História do México. É portanto uma obra que enuncia em si as relações entre o fantástico e o real, trazendo à tona o debate entre ficção e realidade, ou seja, as formas do Realismo. Buscando posicionar melhor esta reflexão, é preciso nos perguntar: como a ascensão de um movimento como o Realismo Fantástico se coloca na historiografia literária, na complicada relação entre literatura e mundo, ficção e história? Tais questões parecem evidenciar na obra de Rulfo um movimento de retorno dessa necessidade de ligação entre passado e presente, manifestada por um modelo literário que não é exatamente o tipo de romance histórico, enunciado por George Lukács, mas que mantém sua referencialidade histórica de forma profunda. Um dos aspectos centrais da manutenção da historicidade e da modificação do modelo é a transferência do centralidade da obra, que deixa de ser a crença no progresso, para tornar-se a experiência da derrota. O fato de tal manifestação se concretizar na América Latina, em nações cujas condições arcaicas enunciam a impossibilidade de um futuro, demonstraria a latência dessa necessidade histórica. Esta seria a força dos romances latino-americanos que apelam ao maravilhoso para conseguir refletir sobre seus futuros contaminados por seus passados? Nesse sentido, é preciso investigar como <i>Pedro Páramo</i>, uma das obras centrais do Realismo Fantástico, ao compartilhar da renovação da forma romance, mantém em si a necessidade e a busca pelo sentido histórico. O romance, em sua inovação formal, parece captar o movimento social humano em sua estrutura mais profunda, evidenciando suas características mais essenciais; ao mesmo tempo em que transcende essa homologia, ou seja, se aproxima daquilo que Lukács chamou de  romance realista , ou seja, a obra que capta o movimento da história. Essa discussão baseia-se na necessidade de refletir sobre o papel da obra literária no mundo atual. A obra de arte, ao buscar retomar a história no momento que todos abrem mão dela, consegue ainda demonstrar que o homem pode romper com essa rede de causa e efeito? Os murmúrios e os lamentos da obra de Rulfo parecem dizer que sim. É preciso ainda ouvi-los com atenção.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>