ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:300-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">300-1</td><td><b>O COMPARATISMO ENTRE RUSSOS E BRASILEIROS: UMA PROPOSTA TEÓRICA</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Claudia Drucker </u> (UFSC - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>A disciplina "estudos comparativos entre literatura russa e brasileira" não existe, pelo menos ainda. Vivemos um momento privilegiado, considerando a liberdade investigativa ensejada pela novidade do assunto. É preciso agora explicitar justificativas e hipóteses prévias para o comparatismo. A comunicação proposta sugere um caminho. A sua classificação como indagação de cunho metodológico ou epistemológico, porém, seria exagerada ou inadequada. Uma metodologia da comparação destas duas literaturas nacionais visaria a criação de um esquema formal que pudesse abarcar todas as obras e explicar como podem ser aproximadas. O caminho proposto aqui é mais modesto. O comparatismo entre russos e brasileiros não toma duas literaturas nacionais quaisquer, escolhidas ao acaso. Era compreensível que a literatura russa exercesse imensa influência sobre a brasileira a partir da segunda década do século passado. A grande literatura russa da segunda metade do séc. XIX é coetânea ao nascimento de uma autopercepção da intelectualidade como não plenamente ocidental. É possível que pela primeira vez a distância entre centro e periferia tenha se tornado mais do que apenas consciente: obsedante. No Brasil, desde o Modernismo, a mesma distância entre centro e periferia foi plenamente aceita e tematizada, rejeitando as propostas do século anterior: tanto o nativismo de Alencar como a ilusão de poder ser europeu, de Nabuco. Se a pergunta pela motivação para o esforço comparativo é relativamente fácil de responder, como proceder daí em diante já não é uma decisão tão clara. Uma orientação a ser adotada é que certas obras condensaram em torno de si todo este contexto histórico. São ao mesmo tempo historicamente situadas e artisticamente privilegiadas --e talvez pelas mesmas razões. Não poderá parecer senão arbitrária, também, a escolha de Dostoiévski e Nelson Rodrigues como os autores, dentre seus pares, das obras mais capazes de dialogar com sua época, e mais consumadas como obras de arte. À escolha de Dostoiévski e Nelson Rodrigues para representar a totalidade das literaturas nacionais respectivas subjaz uma decisão prévia, ainda que provisória, sobre o que é a grande literatura. Parte-se de uma definição de grande literatura para se provar que estes dois autores a encarnam. Parte-se de uma visão do que seja responder artisticamente à sua própria época para concluir que eles o fizeram. Tal procedimento pode ser chamado essencialista e circular. De fato, abordagens fenomenológicas paradigmáticas da obra de arte já sofreram esta acusação. Contudo, talvez esta seja realmente a forma adequada de proceder, se o desafio é responder à percepção pré-teórica de um elo singular entre literatura russa e brasileira. Existe uma ciência da literatura cuja função é recolher fatos e informações sobre as obras e suas ciricunstâncias de produção e recepção. O que se propõe aqui já não é uma subdivisão da ciência da literatura. Ou melhor: rejeita-se a suposta incompatibilidade entre ciência empírica ("não-essencialista") e filosófica. </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>