ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:310-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">310-1</td><td><b>UMA CIDADE E UMA LITERATURA EM FORMAÇÃO: O ROMANCE A AFILHADA E A FORTALEZA DO FINAL DO SÉCULO XIX</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Tiago Coutinho Parente </u> (UFC - Universidade Federal do Ceará) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>A cidade de Fortaleza, no final do Século XIX, passou por um processo de urbanização e de mudanças sociais. Os jornais e as revistas tornaram-se os principais veículos dessa geração para expor seus pensamentos políticos e sua produção literária. Para garantir a existência desses periódicos, intelectuais organizavam-se por meio de confrarias, sociedades, clubes, academias. O crescimento urbano de Fortaleza acontece em paralelo com a expansão de agremiações e clubes de leitura. Surgem também as primeiras narrativas em formato de romance que tentam (d)escrever Fortaleza. Os exemplos mais sintomáticos são <i>A Normalista</i>, de Adolfo Caminha e <i>A Afilhada</i>, de Oliveira Paiva. Este artigo analisa como Fortaleza foi construída no texto A Afilhada, escrito por Oliveira Paiva, em 1889, nos rodapés do jornal <i>Libertador</i>. Oliveira Paiva, participante do Clube Literário, agremiação responsável pela publicação da revista <i>A Quinzena</i>, iniciou os debates, no Ceará, acerca da literatura naturalista que pretendia contar com embasamento científico para a sua composição estético-literária. Um ano antes de escrever <i>A Afilhada</i>, Paiva publicou, em <i>A Quinzena</i>, dois artigos com os títulos: <i>Naturalismo</i> e <i>O que vem a ser uma obra naturalista?</i>. Com essa escola literária, ele acreditava ser o começo de acabar com o provincianismo brasileiro. Em suas elucubrações sobre o Naturalismo, ele questionava o verdadeiro significado de copiar a natureza e chega à conclusão de que a imitação não pode ser mera reprodutora, mas também criadora da realidade. A criação, no entanto, estava submetida aos procedimentos e rigores das leis naturais. Para Oliveira Paiva, o método das ciências naturais deveria guiar o sentido de sua preocupação com o mundo no qual se vive. Consciente da necessidade de captar e criar a realidade, ele tenta demonstrar, em sua escrita, as transformações urbanas por qual Fortaleza passava. Porém, como lembra Antonio Candido, os escritores naturalistas eram contrários à idealização romântica, mas possuíam um posicionamento intelectual ambíguo. Sendo o naturalismo uma transposição direta da realidade, os escritores não encontravam elementos que justificassem o orgulho nacional. Permanecia o sentimento de colonização, com uma redução para elementos científicos, voltados para a animalidade ou para a construção de homem concebido como síntese das funções orgânicas. Oliveira Paiva, logo no segundo parágrafo do romance, mostrava Fortaleza como uma cidade  florescente , um  organismo em formação . Ele descreve os hábitos citadinos existentes em Fortaleza, e demonstra, a partir da trajetória de vida de duas personagens femininas, a existência de duas realidades distintas na cidade. Na Fortaleza de Oliveira Paiva, políticos, intelectuais e uma elite esclarecida sonham com progresso e contribuem para a expansão e consolidação do capitalismo no projeto urbano. Mas entre suas ruelas e becos, há ex-escravos e miseráveis que não conseguem acompanhar o projeto proposto pelas elites. O mundo iletrado se assusta com o apito do trem, morre esmagado pela tecnologia, ameaça o lazer da elite no sereno dos bailes. A cidade quer ser grande, mas a população iletrada torna-se um obstáculo. O artigo conta com o amparo teórico de Antonio Candido, Walter Benjamin, Angel Rama, Elisa Cevasco, Robert Schwarz.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>