ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:336-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">336-1</td><td><b>O exílio no teatro expressionista de Roberto Arlt e Nelson Rodrigues</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Keli Pacheco </u> (UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro-Oeste) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Propomos, neste estudo, avançar numa perspectiva relacional, entre o teatro de Roberto Arlt (1900-1942), autor argentino, e Nelson Rodrigues (1912-1980), autor brasileiro. O campo da literatura comparada aparece como um ponto de partida pertinente por possibilitar o atravessamento da fronteira nacional e lingüística, operando no limiar de uma cisão. Além disso, nos permite ultrapassar a própria fronteira de domínio da literatura e visualizar em uma estética artística, como a expressionista, reflexos na composição da obra de Nelson Rodrigues e Roberto Arlt, sugerida por parte da crítica dos autores, dentre eles César Aira, Leo Gilson Ribeiro, Eudinyr Fraga, entre outros. Nesta pesquisa comparamos duas peças, são elas: O beijo no asfalto, de 1960, de Nelson Rodrigues, e El desierto entra em la ciudad, publicada postumamente em 1953, de Roberto Arlt. Em seus enredos, a solidão das protagonistas é decorrente de um acontecimento extraordinário em suas vidas, acontecimento este que provoca uma espécie de desterritorialização, conforme conceituação de Gilles Deleuze e Félix Guattari, do próprio ser e da comunidade em que se fixavam. Além da estética expressionista, já pontuada pela crítica, podemos também ressaltar que Rodrigues e Arlt se assemelham ao adotarem uma linguagem violenta e apresentarem, em suas obras, temas relativos ao exílio no espaço da literatura latino-americana. Walter Benjamin já atestou, em O Drama Barroco Alemão, que nos períodos de instabilidade comunitária, o estilo lingüístico violento, que esteja à altura dos acontecimentos históricos, atravessa as produções literárias. Assim, a expressão através do uso de uma linguagem violenta, bem como a aparição do tema do exílio, nos sugere um significado potencialmente político, uma vez que, enquanto Nelson Rodrigues e Roberto Arlt escreviam as peças acima citadas, tomando em conta o sentido contextual, Brasil e Argentina passavam pela ascensão da direita e viviam o entremeio de um golpe militar que, hoje sabemos, se efetivou no Brasil, em 1964, e na Argentina, em 1966. Mas qual será a concepção de exílio presente nas peças de Rodrigues e Arlt? O sentimento de exílio pode pressupor um lugar de partida, um território ou uma casa, como escreve Edward Said, em Reflexões sobre o exílio e outros ensaios. Porém, por outro lado, o exílio pode ser considerado a partir de uma ótica existencial, como pura negatividade, e neste caso, não existirá mais um ponto de partida, muito menos um lugar de chegada, pois o próprio ser será entendido como resultado de uma fratura na origem, tal como conceituam Maurice Blanchot, Jean-Luc Nancy e Giorgio Agamben. Procuramos, portanto, demonstrar, a partir da leitura das peças de teatro já citadas, qual a concepção de exílio presente em Nelson Rodrigues e Roberto Arlt, e como a escolha da projeção expressionista se relaciona ao tema do exílio em questão.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>