ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:382-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">382-1</td><td><b>MULHERES DO MUNDO: GÊNERO E TESTEMUNHO EM TRÊS NARRATIVAS (UM DEFEITO DE COR, DE ANA MARIA GONÇALVES, AS BOAS MULHERES DA CHINA, DE XINRAN E INFIEL, DE AYAAN HIRSI ALI)</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Maria Amélia Dalvi </u> (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Partindo-se do princípio de que caracterizariam o testemunho  registro em primeira pessoa; compromisso com a verdade; desejo de justiça; vontade de resistência; valor ético sobre o valor estético; representação de um evento coletivo; forte presença do trauma; sintomas de ressentimento; vínculo estreito com a história e a condição de minoridade , abordam-se três narrativas longas: <i>Um defeito de cor</i>, de Ana Maria Gonçalves, <i>As boas mulheres da China</i>, de Xinran, e <i>Infiel</i>, de Ayaan Hirsi Ali. A primeira dessas narrativas é um romance histórico em primeira pessoa que recria o que teria sido um manuscrito localizado na Ilha de Itaparica-BA, assinado por Kehinde, uma mulher negra nascida na República do Daomé (atualmente, Benin), trazida para o Brasil como escrava, ainda criança, no início do século XIX (GONÇALVES, 2006). A segunda narrativa, de uma jornalista nascida na China e atualmente exilada na Inglaterra, cujo pseudônimo é Xinran, é construída pela sucessão de depoimentos de mulheres chinesas com as quais a autora teria tomado contato a partir de um programa que manteve em uma rádio estatal em Nanquim, nos anos de 1980, na maioria das vezes por meio de cartas entregues de madrugada ou de mensagens gravadas em uma secretária eletrônica (XINRAN, 2007 [2002]). Por fim, a terceira das narrativas consideradas é a autobiografia de Ayaan Hirsi Ali, que, tendo nascido na Somália e crescido na Arábia Saudita, na Etiópia e no Quênia, vivendo sempre no islamismo mais radical  sendo submetida a violências como a clitorectomia, o casamento à própria revelia e os espancamentos constantes  , fugiu da África, chegou à Holanda e vive atualmente exilada nos Estados Unidos (ALI, 2007 [2006]). A leitura desses três relatos em que a questão ética prevaleceria sobre a estética, segundo o  paradigma testemunhal , não se ocupa da noção de  graus de testemunho , uma vez que ela encerraria, ainda que problematizadas, noções como legitimidade, origem e verdade em seu âmago; ocupa-se da encenação historicamente situada da (dú)vida de mulheres dispersas pelo mundo, em torno da possibilidade de dizer de sua condição de gênero.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>