ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:394-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">394-1</td><td><b>Ler,escutar: o tempo irreversível em Beckett</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Annita Costa Malufe </u> (PUC-SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Samuel Beckett não suportava mais o  bom uso das palavras. Era urgente para a literatura falhar na condução da linguagem e  tratar as palavras como um pouco mais do que simples símbolos respeitosos . É nesta direção que ele vislumbrava uma escrita que desfizesse as aderências do discurso e do excesso de representação e artifícios. Uma literatura da despalavra ou da não-palavra [non-mot]: alcançar uma língua que se faça contra as próprias palavras, virando-as do avesso. Dentro deste projeto, sua escrita em prosa foi sendo tomada por uma língua sonora, sonorizada, cada vez menos significante e cada vez mais arrastada por fluxos de vozes, múltiplos, entrecruzados, dissonantes. A ponto de termos textos que são verdadeiras partituras vocais  não mais no sentido da escrita para teatro, mas muito mais em um sentido musical, de vozes que são fluxos sonoros a serem executados na leitura. Para se ler Beckett  mesmo que em silêncio  , é preciso  ouvir vozes e ser conduzido por elas, é preciso performar o texto, tal o instrumentista que executa uma partitura em tempo real. Vale notar, aqui, que a ideia de performance implica uma determinada imagem de tempo: a do tempo irreversível da escuta ou do acontecimento. É esta imagem que procuraremos explorar a partir dos conceitos de performance de Paul Zumthor e de acontecimento e terceira síntese do tempo tais como propostos por Gilles Deleuze. O objetivo é assim observar este movimento, que faz do texto uma partitura e da leitura uma performance, tendo em vista elaborar um pensamento sobre a temporalidade que investe a escrita de Beckett. </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>