ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:406-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">406-1</td><td><b>A LITERATURA ENQUANTO UM FATO SOCIAL: INSTÂNCIAS E INSTITUIÇÕES</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Sandra Eleine Romais Leonardi </u> (FAEL - FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>A concepção de literatura hoje é, simultaneamente, histórica, contraditória e multifacetada. Sua repercussão enquanto um fato social tem alcançado dimensões surpreendentes e avassaladoras, não restritas às questões artísticas ou estéticas, mas, sobretudo, no meio social, político, econômico, ideológico e material. Tais relações não podem ser ignoradas, mas compreendidas com precisão e crítica a fim de devolver (ou atribuir) um significado pertinente à literatura e sua prática em vista dos novos paradigmas da sociedade pós-moderna. Este trabalho busca analisar a literatura a partir do evento da revolução burguesa, movimento responsável pelo desencadeamento de todo o processo de produção, distribuição e circulação do artefato literário e dos dispositivos necessários para a divulgação e acolhimento deste material artístico. Nesse sentido, apresenta a literatura enquanto uma prática social específica e constituída por um complexo jogo de relações que se constituem em um Sistema Literário. Tal sistema será discutido a partir das relações entre a tríade autor-texto-leitor (proposta por Antonio Candido), e as instâncias e instituições que surgem a partir desta relação e que são essenciais para definição das proporções e o valor estético que os chancelam como literatura. As instâncias consideradas deste complexo e abrangente sistema literário são: 1) o circuito de produção e recepção, que se refere à constituição do autor e do público-leitor; 2) o circuito de produção material dos textos, que trata da evolução das técnicas de impressão e das novas tecnologias; 3) o sistema legislativo e econômico, desenvolvido para regulamentar o comércio livreiro; 4) as práticas discursivas e a atuação das instituições como a Academia de Letras, a crítica e a história literária, na elaboração dos padrões literários; 5) o sistema educacional que forma o público-leitor (consumidor) e divulga determinados valores sócio culturais. A pesquisa, de caráter bibliográfico, faz um recorte sociológico e de fundo marxista, procurando enfatizar, sobretudo, a trajetória histórico-social brasileira. A abordagem sociológica possibilita um enfoque diferenciado e mais abrangente sobre a construção do conceito de literatura, pois resgata diversos elementos que influenciam direta ou indiretamente na vida literária, procurando verificar o lugar ocupado pela literatura numa sociedade específica em um determinado momento histórico. Segundo Imbert (1971) a sociologia literária estuda as formas da ação recíproca entre todas as instâncias que intervêm na literatura, observando as condições materiais e ideológicas envolvidas. Para discutir o jogo ideológico e de poder presentes na produção literária, apoia-se na crítica marxista, buscando não apenas analisar as condições históricas, mas também compreendê-las. No Brasil, Antonio Candido (1995) ressalta a importância de um panorama social e histórico nos estudos da literatura, pois como manifestação universal, a literatura cumpre sua função humanizadora e/ou alienadora que lhe permite ser um poderoso instrumento de educação e instrução. Deste modo, a literatura assume um papel político que contribui para a formação de um leitor crítico e incita à reflexão e ao questionamento do discurso ideologicamente dominante. É nesta direção que se pretende, como afirma Robert Escarpit (1969), desmistificar a literatura, libertá-la dos seus tabus sociais, penetrando no segredo da sua potencialidade. </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>