Resumo

Poesia e humor minimalista: o olhar zen਀ RESUMO਀ O gênero lírico é comumente associado ao elevado sentimento do sublime, que se distancia do humor terreno e do grotesco. Entretanto, ao aproximar poesia e humor, observo que o primado da emoção sobre a razão e a sensação não é o que caracteriza a essência do poético. Nos jogos de linguagem guiados pela lógica da invenção e da descoberta, há sempre o elemento surpresa, o momento do fiat que define a originalidade do processo criativo. A tradição literária ocidental tem expressões como “wit” e “mot d’esprit” para designar as formas de humor inteligente e instigante, que seguem uma retórica baseada no questionamento do sentido. Por sua vez, a tradição literária oriental mostra outros caminhos lúdicos de criação poética: o haicai e o senryu são composições que exigem do poeta o olhar zen, a percepção sensorial e imagética do instante que transcende os limites da racionalidade. O interesse pelo estudo e pela criação de poemas que utilizam esse formato minimalista fez surgir uma geração de autores que, embora não formem oficialmente um movimento literário, expressam esse tipo específico de sensibilidade. Minha investigação terá como foco a produção pós-moderna de autores que compartilham essa visão de mundo. Para esclarecer esse fenômeno, seguirei percursos da filosofia da linguagem de Wittgenstein e da filosofia da diferença de Deleuze, que propiciam o diálogo entre o oriente e o ocidente e fornecem parâmetros para as análises textuais.਀ Autores em foco: Paulo Leminski, Millôr Fernandes e poetas da Haiku Society of America e da British Haiku Society.਀ Palavras-chave: humor, zen, sentido਀㰀⼀昀漀渀琀㸀㰀⼀瀀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀