ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:453-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">453-1</td><td><b>Realidadeficção e as escritas-de-si: nova literatura ou novo paradigma de leitura?</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Amaury Garcia dos Santos Neto </u> (CMRJ - Colégio Militar do Rio de JaneiroPUC-RIO - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>A presente comunicação tem por fim discutir problematizações referentes à fluidez de fronteiras entre o discurso autobiográfico e o discurso ficcional, principalmente no tocante a estratégias narrativas e a conhecida  crise da representação . Consideraremos a ideia de  realidadficción , proposta por Josefina Ludmer em  Literaturas Postautónomas , que abre a possibilidade para que abordemos tanto escritos literários quanto não-literários como simultaneamente reais e ficcionais. Com a crise da representação (que podemos dizer ter seu início já no século XIX), o que outrora considerávamos realidade passa a ser visto como construto linguístico. Ludmer considera ultrapassada a discussão sobre a possibilidade em se representar o real, pois, para ela, a realidade  já é pura representação . A autora, então, defende que uma determinada descrição da realidade, ficcional ou não, abrange não apenas um referente empírico exterior, mas também sua virtualidade ou potencialidade. Ludmer enxerga a ideia da  realidadficción como originada na literatura contemporânea. Entretanto, se analisarmos o surgimento do romance moderno e do gênero autobiográfico, veremos que a fluidez de fronteiras entre ficcionalidade e realidade no tocante aos discursos acima mencionados sempre existiu, desde o início de ambos. Basta pensarmos em <i>Robinson Crusoe</i> de Daniel Defoe. Esta tradicional fluidez nos leva a conceber a ideia de  realidadficción não como uma tendência da literatura atual, mas sim como uma nova possibilidade hermenêutica, centrada no leitor. Acreditamos ser o leitor a figura que busca pelo real naquilo que lê. Isso nos trás às colocações de Philippe Gasparini sobre a autoficção e o romance autobiográfico. De acordo com o teórico francês, a probabilidade de um romance se tornar autoficcional ou autobiográfico é sempre baseada numa hipótese hermenêutica. Gasparini afirma ser o leitor o responsável por ler um texto ficcional como refração da realidade. Apesar dessa busca contemporânea pelo real na narrativa, ou por narrativas imbuídas do real, acreditamos que o romance não se encaminha para sua morte, contrariando o que alardeiam alguns intelectuais da atualidade. Em nossa opinião, o que aconteceu foi uma mudança paradigmática na maneira de ler textos ficcionais. Não é o romance atual que necessariamente tem mais  realidade , mas sim o leitor que busca achar instâncias do real. Isso é mais facilmente verificável no romance autobiográfico ou na autoficção, quando comparados a biografias ou autobiografias (que, por sua vez, se utilizam de elementos próprios da ficção em diversos momentos). Portanto, visamos discutir a ideia de  realidadficción como nova hipótese hermenêutica, relacionando-a a escritas-de-si ficcionais e não-ficcionais, à luz de colocações do teórico Philippe Gasparini. Para tal, pincelaremos nossa fala com alguns exemplos de autobiografias, romances autobiográficos e autoficções.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>