XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Resumo:479-1


Oral (Tema Livre)
479-1CAMPO GERAL VERSUS MUTUM: ALGUMAS LEITURAS
Autores:Salete Paulina Machado Sirino (FAP - FACULDADE DE ARTES DO PARANÁ) ; Rita das Graças Felix Fortes (UNIOESTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ)

Resumo

Este estudo aponta algumas leituras comparativas da novela Campo Geral, que integra a obra Corpo de baile (1956), de João Guimarães Rosa, bem como da transposição fílmica de Campo Geral, após cinco décadas, para o filme Mutum (2007), de Sandra Kogut. Para tanto, promove-se a práxis da leitura literária e fílmica – de Campo Geral e Mutum –, por meio da articulação destes textos à teoria de leitor de Umberto Eco. Entretanto, vale destacar que, como a linguagem cinematográfica se respalda em outros códigos de linguagem, na análise de Mutum, no que concerne à leitura do discurso fílmico, acredita-se que é fundamental que a análise seja feita por meio da decupagem clássica do cinema, de acordo com o conceito de Griffith, pois, assim como a teoria literária norteia parâmetros que evidenciam a questão da forma e conteúdos literários – que possibilitam a leitura/crítica –, o cinema também dispõe de teorias que pragmatizam a análise de sua forma e de seu conteúdo. Contudo, salienta-se que não se objetiva no presente estudo discutir teorias sobre cinema, mas estabelecer uma leitura comparativa entre os referidos textos literários e fílmicos. É notória nos romances de João Guimarães Rosa a inserção de aspectos regionais e universais na construção de suas obras. Sendo evidente que este autor, entre as décadas de 1930 a 1950, já tinha consciência de que a linguagem seria um elemento fundamental para captar o arcaico contexto social ao qual ele se reportou em sua obra como um todo. Em Seis passeios pelos bosques da ficção (2002) Umberto Eco define o bosque como o texto literário, caracteriza o autor-modelo e o leitor-modelo – o leitor idealizado pelo autor –, sendo que este é por ele diferenciado do leitor-empírico, o qual ele define como aquele que realiza uma leitura. Assim, não existiria uma lei que defina como um texto deva ser lido, já que um mesmo texto tende a provocar sentidos distintos em seus receptores, tendo em vista as reações de cada um em relação a esse mesmo texto. Assim como na literatura há a presença de um leitor como parte estruturante da obra, também no cinema o espectador pode ser considerado como uma estrutura do próprio texto fílmico, já que cada elemento do discurso cinematográfico é construído tendo em vista a intenção de expressar o seu significado/sentido. Portanto, na análise fílmica de Mutum, atuando como um leitor-modelo – de segundo nível – de Eco, se pretende, aliar as teorias sobre leitor deste autor à leitura da técnica da narrativa cinematográfica desenvolvida pelo estadunidense David Wark Griffith – enquadramentos, foco narrativo, ponto de vista, angulação e movimentação de câmera, fotografia, espaço –, tendo em vista que a escolha de cada um desses elementos fílmicos está diretamente relacionada à intencionalidade que o diretor – autor-empírico – pretende em relação à interpretação do espectador – leitor-modelo. ਀㰀⼀昀漀渀琀㸀㰀⼀瀀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀