ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:486-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">486-1</td><td><b>Machado de Assis cronista</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Mariana da Silva Lima </u> (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>A comunicação irá apresentar as conclusões parciais obtidas na pesquisa de tese de doutorado intitulada "Machado de Assis, um cronista na Primeira República - Visões do país na série 'A Semana'", que tem por objeto a última série de crônicas publicadas pelo autor (entre 1892 e 1897 na <i>Gazeta de Notícias</i>). O estudo comparativo entre a série "A Semana" e as séries anteriores, além de três outros textos de 1859, propiciou um novo eixo de análise e sugeriu algumas hipóteses relativas à influência do mecanismo editorial sobre o conteúdo e a forma das crônicas machadianas em momentos-chave do processo histórico brasileiro no final do século XIX. Em dois artigos de 1859, Machado louva os avanços da indústria e, em particular, o jornal como  grande veículo do espírito moderno . Tanto em  O jornal e o livro quanto em  A reforma pelo jornal , o escritor argumenta que o jornal representaria  um sintoma de democracia , uma vez que, constituindo-se como espaço propício ao debate público, possibilitaria o questionamento do <i>status quo</i> e a derrota das monarquias. O argumento liberal, contudo, é relativizado em outro texto do mesmo ano   O folhetinista , que indica a existência de um problema de transposição da crônica do solo europeu para o brasileiro. Em 1876, outra crônica já aponta uma clara mudança em relação àquela primeira percepção, muito influenciada pela ideologia liberal, que via no jornal  o gérmen de uma revolução não apenas literária, mas também social e econômica. Este novo texto, em que o cronista comenta o recenseamento do Império   do qual se conclui que 70% da população não sabe ler  , aponta claramente o obstáculo que o analfabetismo representava para a democracia. Essa consciência mais aguda da realidade brasileira vai gradualmente penetrando seus textos e se intensifica na década de 1870, de modo que <i>esse conteúdo social se sedimenta na forma literária</i> (Adorno). Assim, o período compreendido entre as séries  Badaladas e  Bons dias! mostra que Machado foi desenvolvendo literariamente formas de expressar o nó ideológico (na expressão de Roberto Schwarz) que representava o liberalismo no país. Quando finalmente chegamos à série  A semana , é possível perceber a maestria do autor no trato com a forma literária, e a exposição daquela tensão por meio de recursos complexos e variados. Sintomaticamente, o final da série coincide com uma grande encruzilhada na história brasileira: a campanha de Canudos. As sete crônicas que abordaram esse assunto (dispersas entre 1893 e 1897) parecem revelar uma nova visão por parte de Machado quanto ao papel da imprensa na modernidade e aos limites da posição dos intelectuais. Nota-se uma oscilação de posições contra e a favor dos canudenses, o que expressaria uma dificuldade do autor de assumir uma postura diferente daquela defendida não só pela <i>Gazeta de Notícias</i> como também pela imprensa como um todo. Se a hipótese estiver correta, isso significa que Machado teria chegado a uma percepção segundo a qual a imprensa não só pode ignorar as desigualdades sociais, mas ainda pode ajudar a aprofundá-las. Instituição de fomento: FAPERJ</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>