ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:491-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">491-1</td><td><b>Fronteiras narrativas da violência: da letra à imagem, a narcocultura mexicana</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Maurício Bragança </u> (UFF - Universidade Federal Fluminense) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Acompanhando atentamente o noticiário que nos chega nos últimos anos sobre o México, lemos as matérias que nos atualizam sobre uma realidade de crimes organizados e corpos que não chegam a ter tempo de serem contabilizados, diante da violenta disputa entre alguns cartéis organizados em torno ao tráfico de drogas, sobretudo na fronteira norte. Frente a isso, o poder público, impotente, tenta desmobilizar essa estrutura ao mesmo tempo em que combate internamente os próprios efeitos dessa realidade que sugere a cumplicidade de um Narcoestado, seja em âmbito provincial ou nacional. O país que promoveu o primeiro grande movimento revolucionário de caráter popular do século XX, iniciado em 1910, chegou a esse centenário esforçando-se por compreender o fracasso de suas políticas públicas e tentando esconder os milhares de corpos espalhados em grande parte do território nacional. A fronteira norte do país assume uma impiedosa condição de território da violência, diante dos implacáveis embates que marcaram historicamente a região. A fronteira entre o México e os Estados Unidos forma parte de um importante imaginário entre os dois países e assumiu inúmeras representações ao longo da história cultural mexicana, estadunidense e também chicana. No cinema mexicano, uma larga produção ganhou corpo ainda na primeira metade do século XX, identificada pela pesquisadora Norma Iglesias Prieto como  cine fronterizo . Este conceito refere-se não somente à temática presente nas inúmeras narrativas sobre a fronteira, mas também corresponde à caracterização de determinadas personagens, a uma forma específica de produção e às discussões geopolíticas que se desdobram a partir dos conflitos históricos delineados nessa zona limítrofe. Dentre esta produção, encontra-se um repertório de filmes conhecidos como narcocine. A violência se estabelece como matriz da narrativa destes filmes em torno da qual todas as formas de negociação se materializam, tanto no aspecto das relações de poder desenhadas na trama quanto no sentido da legitimação de um Narcoestado, capaz de suportar o imaginário em torno do narcotraficante, chefe dos grandes cartéis. Tais filmes, que se constituíram como repertório a partir da década de 1970, tiveram, frequentemente, suas narrativas originadas nas letras dos narcocorridos, dedicados a contar as histórias dos grandes chefes do narcotráfico localizado nas cidades de fronteira, como Ciudad Juárez e Tijuana, principalmente. Os narcocorridos descendem da tradição dos corridos, música muito popular em ambos os lados da fronteira. Nesta comunicação, pretendemos analisar as formas narrativas que migram entre as letras deste repertório musical e os filmes de narco, apontando para a forte presença de uma narcocultura no imaginário popular mexicano.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>