ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:507-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">507-1</td><td><b>PAISAGENS AFETIVAS EM VIAJO PORQUE PRECISO, VOLTO PORQUE TE AMO</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Adalberto Muller </u> (UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>As emoções, os afetos e os sentimentos sempre fizeram parte da representações estéticas: da tragédia grega aos melodramas, passando pela grande tradição literária e pela pintura, que fixou e codificou a alegria, a compaixão, o medo, o rancor ou a melancolia em palavras, gestos e olhares. Nos últimos anos, porém, vemos proliferar uma série de discursos e teorias sobre os afetos e as emoções em diversas áreas do conhecimento (neurologia, psicologia, sociologia, filosofia, artes), que discutem as diferentes condicionantes e expressões dos afetos e das emoções, além dos incontáveis livros de auto-ajuda sobre o tema. No cinema dos anos 90/2000, cada vez mais o núcleo familiar e as relações afetivas, a vida íntima e cotidiana ganham proeminência. E não apenas no mainstream, que sempre explorou as formas e gêneros afetivos (sobretudo o através do melodrama) e as estratégias de controle dos afetos e emoções do espectador, mas no próprio cinema autoral. Por outro lado, os afetos e as emoções tem habitado o discurso dos estudos cinematográficos: da imagem-afeto de Deleuze aos  post cinematic affects de Steven Shaviro, e nos estudos voltados para a questão do melodrama. É sobretudo a partir dessa última vertente que me interessa discutir um filme de viagem como "Viajo porque preciso, volto porque te amo", buscando entender o papel que neles desempenham emoções e afetos. Segundo Ismail Xavier, filmes como "Central do Brasil" começaram a deslocar o terreno da discussão política do público para o familiar, saindo da esfera do Estado e das relações de poder, para a esfera privada dos afetos. Para Xavier esse deslocamento de boa parte da nossa produção cinematográfica ficcional para questões afetivas  e sobretudo para o melodrama, enquanto  sedução moral negociada , e para filmes em que se apresentam as  figuras do ressentimento  ainda aponta para um  diagnóstico nacional , ou seja, uma nova forma de alegoria. No entanto, será que não poderíamos pensar que se trata menos de um diagnóstico do que de um sintoma? Trata-se aqui de reconhecer esse território em que as emoções e os afetos escapam às formas de controle (político, estético) , de mapear essa paisagem afetiva que se apresenta no cinema brasileiro recente. De que modo a paisagem do sertão, uma paisagem marcada (desde "Os sertões") por uma tradição politizada, que discutia o espaço do sertão como dilema da modernização, é vista hoje por um olhar afetivo e emocional em um documentário (?) lírico-experimental como "Viajo porque preciso, volto porque te amo", que mostra imagens do sertão enquanto entrelaça considerações geológicas a dilemas íntimos e amorosos do narrador? Para responder a perguntas como essa, não basta colocar teoricamente a questão dos afetos e das emoções, é preciso entrar no terreno sensível da análise, da leitura entendendo o entrelaçamento da voz narrativa (em forma de diário) e do fluxo de imagens de caráter poético-documental. </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>