ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:508-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">508-1</td><td><b>Discurso sociológico e ficção literária: Diálogos virtuais entre Oliveira Viana e os escritores regionalistas </b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Luciana Murari </u> (UCS - Universidade de Caxias do Sul) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>O sociólogo fluminense Francisco José de Oliveira Viana foi um dos mais influentes pensadores brasileiros do século XX. Estudioso das instituições políticas e jurista influente, seu amplo prestígio intelectual somou-se a uma notável popularidade entre o público medianamente letrado, dentro dos padrões de sua época. Assim como outros autores que, na tradição de Joaquim Nabuco e Sílvio Romero, se propuseram a  interpretar o Brasil , Viana buscava determinar os princípios capazes de conduzir a uma compreensão ampla da condição brasileira, e a uma intervenção segura em sua vida social. Isto fez com que sua influência tenha ultrapassado os limites da política e dos estudos sociológicos. Por outro lado, Viana foi também influenciado pelo imaginário do seu tempo  em particular, aquele que vinha sendo forjado pela literatura regionalista  , e pelos  lugares-comuns do discurso da elite brasileira de sua época em torno da identidade nacional e das identidades regionais do país. Ao propor um  diálogo virtual entre o sociólogo e os literatos regionalistas, devemos levar em conta esta via de mão dupla, ou seja, sua provável influência sobre os escritores, por um lado, e as fontes comuns do discurso sociológico e literário sobre o caráter nacional, por outro. Trata-se de, a partir da perspectiva da historiografia da cultura e de uma visão ampliada do fenômeno literário  compreendido como uma das formas de elocução do chamado  discurso social  , observar a difusão e a circulação de mitologias identitárias, instrumentalizadas pela prática política na forma de topoi ideológicos. Tais topoi encontravam-se, no contexto do processo (ainda incipiente) de urbanização e de industrialização do país, em processo de criação e difusão, sendo a partir daí incorporados pelo discurso político como forma de apropriação e de manutenção do poder, sobretudo por parte das elites tradicionais. Neste caso, deve-se ter em mente que esta construção de identidades sociais adotava como forma de legitimação uma categoria do pensamento social bastante difundida na primeira metade do século XX, a psicologia coletiva, enraizada nos naturalismos científicos do século XIX. Em simultâneo, Viana mostrava-se consciente da necessidade de manipulação da linguagem com vistas a não apenas produzir e difundir um conhecimento, mas fazê-lo atender a uma motivação pragmática, ou seja, seduzir, mobilizar, modelar consciências. Por sua vez, em termos da linguagem literária, diversos eram os artifícios empregados pelos escritores regionalistas para incutir um sentido sociológico em seu exercício ficcional, fazendo de seus enredos pequenas fábulas moralizantes, de seus personagens encarnações de princípios, de sua dimensão temporal uma reflexão sobre o legado da ancestralidade e sobre as armadilhas de um presente em transformação. Através da convergência entre tais discursos, pretendemos abrir perspectivas para uma abordagem da produção cultural brasileira das primeiras décadas do século XX em suas práticas de linguagem e seus canais de manipulação ideológica.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>