ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:529-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">529-1</td><td><b>Macedonio Fernández : literatura e estranhamento (unheimlich)</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Davidson de Oliveira Diniz </u> (FALE/UFMG - Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas GeraisFALE/UFMG - Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas GeraisFALE/UFMG - Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas GeraisFALE/UFMG - Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>A relação entre Macedonio Fernández e a literatura, processo de produção e tranformação social da escritura, pautou-se pela ambiguidade. Assim o escritor estabeleceu uma particular compreensão do objeto literário mediante duas direções: por um lado, a extravagante ansiedade de encontro com o leitor, fazendo deste uma  distinção topológica , região interticial de apropriações e de tensão indecidíveis mediante diálogo textualizado na escritura; por outro, a suposta e agônica refutação do ato de publicação, marcada por tamanha postergação da escritura a ponto de situá-la à beira da anulação digressiva. A ambivalência do projeto literário macedonianao designa solução para o incomodo cotidiano, um  estranhamento familiar com que o escritor se apresenta ao ambiente literário através de anúncios e adiamentos da Obra. Compõe-se, assim, a peculiar relação entre escritura e espaços de publicação, descrevendo a interrupção do processo de transformação social do objeto literário. Daí decorrem procedimentos constitutivos de uma narrativa que se faz, também, ao noticiar a sua publicação em revistas e suplementos literários. Questionando os esteriotipos editorias, os auspícios de profissionalização do escritor, e, sobretudo, a figura clássica do autor ilustrado, do romance de formação decimonônico, Macedonio sobrescreve o desaprovação em relação às posturas decorrentes do conhecimento público do objeto literário. A escritura macedoniana, indecisa entre o público e o privado, passa a intaurar-se como uma dimensão de potencialidade, de porvir manifesto na essência da letra não exibida. Por tudo isso, o  estranhamento cotidiano do ambiente literário faz com que Macedonio pense a literatura como instância de valoração do inédito, espessura virtual da linguagem cuja atualização está em devir. Isso se manifesta em sua particular arte de escrever prólogos : anúncio abrupto do que está sempre por chegar e nunca chega, pois atualiza aquilo que precisamente só virá após. Tanto a busca topológica por um leitor ideal, o distinto  lector salteado macedoniano, quanto a postergação da publicação literária designam impasse, desconforto a propósito dos meios de publicação. E produz, então, a ambivalência do gesto que noticiar a publicação e, imediatamente, inscrevê-la na postergação da escritura enquanto ato de omitir, de preterir a sua dimensão literária. Entendida como suplementária ao ato que faz com que o texto seja difundido publicamente, como uma ausência de revelação desde a origem, a escritura macedoniana busca a dimensão do inédito, a atualização porvir do estranhamento presencial que a impede de se efetivar em objeto de publicação. E, dessa maneira, acata e ataca os espaços de veiculação pública de maneira a armar um dipositivo de adiamento implavável da produção literária em direção à Obra. Tal particularidade, portanto, faz com que Macedonio vislumbre uma dimensão não revelada do texto literário, estranha e, ainda, não neutralizada pelo cotidiano, manifestando uma espessura de inédito, de até aqui não revelado. Macedonio logrou a prescrição dessa ordem de aspectos através de uma noção de escritura que se manifesta fundamentalmente mediante "Prólogos", algo cuja tessitura implica o gesto de estranhamento em relação à concepção de literatura com que este escritor não esteve familiarizado. Eis aí o que farei discutir ao longo desta comunicação. </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>