ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:545-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">545-1</td><td><b>LITERATURA E LEITURA: espaços e leitores acreanos</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Henrique Silvestre Soares </u> (UFAC - Universidade Federal do Acre) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Tomada, quase sempre, como testemunho de um tempo, a literatura de expressão acreana, tem buscado registrar esse tempo. Não obstante os debates acerca dos limites e relações estabelecidas entre a ficção e a história, parece-me que, no caso específico, essa literatura evidencia uma clara intenção de registrar momentos históricos; o que, se por um lado, poderia remeter a uma preocupação meramente histórica, ou, em melhor hipótese, a uma estética realista; por outro, ao tomar a floresta, quase sempre, como a grande protagonista da narrativa ficcional, aproxima-a a uma estética naturalista. Em ambos os casos, havemos de considerar que tanto uma quanto a outra colocam a floresta amazônica num plano paradoxal: céu e inferno. Da visão idílica e utópica dos primeiros desbravadores à vivência do arigó, a Amazônia oferece as duas visões, que se concretizam, agora, nas relações estabelecidas entre patrão e empregado Baseada nessa antítese apontada, a literatura de expressão amazônica, em especial a acreana, busca retratar os dramas e vivências do homem, em meio a um espaço inóspito, misterioso e, por vezes, utópico. Buscarei, em dois textos produzidos por acreanos, em momentos distintos, com temáticas bastante próximas, porém, desvelar representações de práticas leitoras, objetivo deste trabalho. Considero essas duas narrativas depoimentos de determinados leitores, os dois autores, considerando, evidentemente, os distanciamentos estabelecidos entre os sujeitos marcados historicamente e aqueles instaurados no plano das narrativas. Assim, permito-me enxergá-los, também, como elementos representativos de um determinado tempo e de um determinado lugar. Deste modo, apresentarei considerações sobre os romances A represa, de Océlio de Medeiros; e Seringal, de Miguel Jerônymo Ferrante, no que se refere às representações de práticas leitoras que, vistas na perspectiva de Roger Chartier, possibilitam a leitura de práticas instauradoras de identidades dos sujeitos representados nas obras analisadas, quais sejam os cidadãos acreanos. Nas duas obras, encontramos personagens em situação de busca: de si e de um espaço. Entretanto, o que mais se evidencia é, em primeiro lugar, a negação do espaço em que vivem, decorrência da falta de um elemento: a escola. Nos dois, os protagonistas são tangidos, a exemplo de seus antepassados, agora não pela seca resultante da falta de chuvas, mas da ausência de um bem maior, a escola que lhes possibilitaria uma fuga  desse inferno . A escola representa, ainda, para essas personagens a possibilidade de adquirir um bem maior: a leitura, uma vez que o livro constitui-se O objeto de desejo, porém de difícil acesso. Esse bem só lhes é trazido pelo regatão, pequeno comerciante que trafega pelos rios amazônicos, que empreende suas viagens apenas nos períodos de chuvas, determinando  uma única época de leitura , em geral de  romanços , que, embora lhes propicie a alfabetização, não é o suficiente para a  conquista da vida . Assim, fazendo um percurso diverso do empreendido por pais e avós, esses novos acreanos saem à procura, nos centros mais desenvolvidos  Belém, Manaus e Fortaleza, da formação escolar que, nas suas perspectivas, lhes proporcionará  vida melhor . </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>