ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:558-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">558-1</td><td><b>ÉTICA E ESTÉTICA NO ROMANCE EM CÂMARA LENTA, DE RENATO TAPAJÓS: CONSIDERAÇÕES SOBRE SEU CARÁTER TESTEMUNHAL.</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Carlos Augusto Carneiro Costa </u> (USP - Universidade de São PauloUSP - Universidade de São PauloUSP - Universidade de São PauloUSP - Universidade de São Paulo) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Os debates produzidos em torno da chamada  literatura de testemunho procuram dar visibilidade, dentre vários fatores, ao problema do valor literário de obras que antes de tudo teriam a função de denunciar práticas de violência social produzida em conflitos históricos. Construídas por meio de procedimentos distintos dos tradicionalmente privilegiados, essas obras exigem reformulação dos critérios de valoração estética. A razão fundamental para esta necessidade de mudança de perspectiva crítica reside no fato de que a escrita de testemunho deve ser compreendida como escrita determinada pelas condições de produção de uma voz narrativa geralmente constituída pelo trauma. Renato Tapajós permaneceu preso entre 1969 e 1974 por conta de sua militância política junto à Ala Vermelha do PCdoB. Encarcerado, ele foi brutalmente torturado. Em 1972 recebeu a notícia de que sua então cunhada, Aurora Maria Nascimento Furtado, militante da ALN, havia sido morta por militares, após seções de tortura. Esse evento motivou a escrita do romance Em câmara lenta, ainda dentro da prisão. Publicado em 1977 pela Editora Alfa-Omega, o livro apresenta importantes reflexões e autocríticas sobre a luta armada contra a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985). Seu ponto nevrálgico é a narração da cena de tortura e assassinato da personagem Ela. O narrador tenta recuperar os eventos que confluíram para este ato de violência, embora não o tenha presenciado, não tenha sido sua testemunha direta. No processo enunciativo ficam evidentes construções de linguagem caracterizada pelo trauma, como dissociações e deslocamentos do lugar de enunciação do narrador. Considerando a definição das categorias testis e superstes feita por Giorgio Agamben (AGAMBEN, Giorgio. A testemunha. In: ______. O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha (Homo Sacer III). São Paulo: Boitempo, 2008, pp. 25-48), procuramos neste trabalho determinar o lugar do romance de Tapajós dentro dos parâmetros da literatura de testemunho, uma vez que nossa análise permite compreender que seu narrador não se configura como testis, o terceiro que apenas presenciou o evento, nem como superstes, aquele que participou do evento. Feito isto, queremos apresentar alguns elementos que determinam o caráter literário do livro, procurando contribuir com o debate sobre as relações entre ética e estética na escrita testemunhal, assim como sobre os limites entre verdade e ficção.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>