ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:561-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">561-1</td><td><b>Ficcionalizando o real, realizando a ficção: romance e representação em Ruy Duarte de Carvalho e Mia Couto</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Sueli da Silva Saraiva </u> (USP - Universidade de São Paulo) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>As literaturas de Angola e Moçambique ascenderam de forma mais notória como  literaturas autônomas a partir da segunda metade do século XX, acompanhando as revoltas anticoloniais que ganharam fôlego na década de sessenta e culminaram nas independências desses países em 1975. No decurso desse processo de emancipação política, a poesia e a prosa desempenharam papel fundamental como  armas de repúdio ao colonialismo europeu, sendo que parte considerável dos mentores intelectuais e ativistas dos movimentos de libertação nacional era formada de escritores que, não raro, empunharam armas, literalmente. São, portanto, literaturas que emergiram firmemente atreladas à uma realidade social específica. A menos de quarenta anos do advento da independência de Angola e Moçambique, mas tendo já se constituído entre nós, brasileiros, um profícuo campo de estudo de suas literaturas, deparamo-nos com algumas questões pertinentes à representação ficcional da realidade desses jovens países, em obras cuja temática muitas vezes evoca algo do engajamento literário (no melhor sentido do termo) dos primórdios dessas literaturas nacionais. Chama a atenção o modo como tais narrativas fiam-se no contexto sócio-histórico e na experiência pessoal (biográfica e testemunhal) de seus autores para dar conta desse diálogo com o real, vislumbrado em sua forma e conteúdo. Neste trabalho pretendemos abordar comparativamente o exercício do gênero romance (um alienígena enriquecido pela cultura que o acolhe) no âmbito das literaturas africanas de língua portuguesa, tomando como exemplos as obras: Os papéis do inglês (2000), do angolano Ruy Duarte de Carvalho (1941-2010), e O último voo do flamingo (2000), do moçambicano Mia Couto (1955). Sabidamente, ambos os autores fazem convergir para a escrita literária ecos de suas ponderações críticas (comumente publicadas em textos de intervenção ou opinião), as quais, no plano da realidade, iluminam e denunciam um estado de coisas hostil, para usar um termo de Tânia Pellegrini ( Realismo: a persistência de um mundo hostil . In Revista da ABRALIC, n. 14, 2009). É nosso interesse colocar tais narrativas em diálogo com a proposta de Pellegrini, que observa hoje um revigoramento do realismo literário, tratado por ela como  refração da realidade Considerando a estreita associação dessas narrativas ficcionais com a realidade social de onde se originam, pretendemos verificar que mecanismos literários possibilitam a esses autores representar ou  refratar tal realidade na escrita romanesca. São narrativas de duplo mérito: provocam a crítica apegada aos enquadramentos canônico-formais, e desafiam os coveiros da representação realista na ficção. Esperamos assim confirmar mais um caminho interpretativo para a abordagem crítica do romance africano de língua portuguesa, nosso atual objeto de pesquisa. </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>