ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:565-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">565-1</td><td><b>Vidas na fronteira: margem, silêncio e disseminAção</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Maria Cristina Cardoso Ribas </u> (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Vivemos hoje um momento de dispersão nos grandes centros que pode se transformar em tempo de reunião na ambivalência das fronteiras. Com esta expectativa, entendemos que determinados lugares definidos primariamente como espaço de vazio, exclusão, passividade, emudecimento podem representar, ao mesmo tempo, um posto privilegiado de observação, sobrevivência e voz, espaço este que desliza da simples horizontalidade e move-se entre formações culturais e processos sociais sem uma lógica causal centrada (Bhabba, 1998). Encontramos exemplo de tal dinâmica no texto literário e nossa leitura visa: ressaltar a força do que se apresenta, num primeiro olhar, como fragilidade e fuga; encontrar o presente como expressão de uma contemporaneidade que não é pontual ou sincrônica; e entender o passado como anterioridade que insere o outro nas fissuras deste presente. Ao analisar "A terceira margem do rio", de Guimarães Rosa, e "Teoria do medalhão", de Machado de Assis, buscamos reverter a propalada estagnação de um menino esperando a vida inteira na margem, lugar traduzido como exclusão, tanto quanto ressignificar a passividade de um jovem na maioridade que, aparentemente, submete-se ao conselho maquiavélico do patriarca. Separados por um século de criação, ambos os contos  um trágico, outro irônico - dramatizam a relação hierárquica pai e filho, retomam a culpa pela perda do modelo e o desespero, o alheamento ou conformismo pelo fato de os personagens filhos (não)preencherem a vacância daquele lugar dito superior nem corresponderem às expectativas paternas de perpetuidade. Os personagens dos filhos, nas duas narrativas, livres do postulado da continuidade (Foucault: 1989), não mais reproduzem as fontes e, como entendemos, o antes entendido como dependência, dívida, torna-se reescritura (Carvalhal: 1986). Rever a dívida implica em questionar o conceito de superioridade (Silviano: 1979) e sua contraface, o assujeitamento ao modelo  aqui os pais -, convertendo o novo texto  os filhos - em outro ponto de referência, espaço em que marginalizados se instalam, intervêm e constituem um observatório privilegiado. A reconfiguração espaço-temporal  o entrelugar - torna-se possível pelo abalo de significados e valores suscitado pelo processo de interpretação e o efeito de perplexidade que as atitudes dos personagens promovem no leitor; ao mesmo tempo representa a história da paternidade  ou orfandade  na formação cultural brasileira.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>