ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:573-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">573-1</td><td><b>O realismo mágico na composição do insólito em Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Tania Mara Antonietti Lopes </u> (FCL - UNESP - Universidade Estadual Paulista) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>As narrativas realistas mágicas se caracterizam, essencialmente, pela naturalidade com que o narrador expõe elementos dados como sobrenaturais ou inusitados na construção do enredo, efetuando, dessa maneira, a naturalização do irreal. No entanto, a crítica contemporânea oferece uma releitura acerca do realismo mágico que possibilita o desdobramento desse procedimento literário em diferentes tipos. Nesse contexto, propomos uma leitura de <i>Ensaio sobre a cegueira</i> (1995), de José Saramago, a partir do estudo de William Spindler (1993) sobre o realismo mágico, uma vez que se revela adequado na medida em que sugere uma nova perspectiva para as impressões do romance em questão. Essa análise tem como objetivo constatar que esse romance pode ser investigado sob o viés de um tipo de realismo mágico que tem se tornado proeminente na literatura contemporânea, denominado por Spindler como realismo mágico metafísico. Trata-se, nesse caso, de uma inversão do que seria um realismo mágico mais  tradicional ; isto é, nos textos que essa  reavaliação do realismo mágico abarca, a atmosfera do absurdo se instala por meio da sobrenaturalização do real, ou seja, essas narrativas induzem no leitor um senso de irrealidade pela técnica do Verfremdung (estranhamento), aproximando-se do fantástico estranho, proposto por Todorov (2003), assim como do fantástico contemporâneo, proposto por Sartre (1968), visto que uma cena familiar é tida como algo novo e desconhecido, sem necessariamente lidar com o sobrenatural. Embora o mundo representado seja semelhante ao mundo do leitor, é inevitável que ele (o leitor) o considere desconcertante, estranho. O tempo e o lugar são incertos, na medida em que a atmosfera - de modo geral, melancólica - produz o efeito de mistério. Esse tipo de narrativa incita na mente do leitor a impressão de que ele está sendo confrontado com uma alegoria ou metáfora de algo que permanece desconhecido. A partir das características tracejadas acima, parece pertinente estabelecer correspondência de <i>Ensaio sobre a cegueira</i> com o realismo mágico metafísico, considerando-se a composição da atmosfera que justifica a análise do romance, e os elementos que traçam essa narrativa sob a esfera insólita circunscrita a partir do procedimento em questão. Desse modo, os elementos que permitem introduzir <i>Ensaio sobre a cegueira</i> na abordagem proposta são o narrador, a mulher do médico e o cão das lágrimas, elementos esses que, a nosso ver, conferem à narrativa os traços responsáveis pela atmosfera de absurdo proporcionada pela cegueira. </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>