XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Resumo:605-1


Oral (Tema Livre)
605-1Literatura e História sob as lentes de cinco cineastas russos (Eisenstein, Kozintserv, Paradjanov, Tarkóvski e Sokúrov)
Autores:Neide Jallageas (DLO/FFLCH/USP - Universidade de São Paulo)

Resumo

Propõe-se apresentar e colocar em discussão procedimentos através dos quais destacados cineastas russos, de períodos distintos, encaminharam suas realizações defendendo o cinema como arte autônoma, distinta da literatura. Esta defesa pode ser observada tanto na teia de suas iniciativas teóricas quanto em suas singulares filmografias, ambas constituintes de uma pungente argumentação sobre a especificidade da linguagem cinematográfica. Serguei Eisenstein, Grigóri Kozintsev, Serguei Paradjanov, Andriêi Tarkóvski e Aleksandr Sokúrov, por caminhos diferentes, construíram, cada um, uma estética que se destaca mundialmente como exemplo de um grande cinema. E todos levaram à tela, dentre outras, produções que partiram de textos literários ou historiográficos, biográficos ou ficcionais: Ivan, o Terrível; Hamlet; Rei Lear; Don Quixote; Ashik Kerib; Sayat Nova; Andriêi Rublióv; Solaris, Stalker; Crime e Castigo; Madame Bovary. E, ainda, em grande parte, os diretores também assinam roteiros que extrapolam as fronteiras do gênero. Um bom exemplo é o roteiro de Andriêi Rublióv, de Tarkóvski, (publicado há dois anos no Brasil, com tradução direta do russo), considerado pela crítica russa uma obra-prima literária; e o Encouraçado Potiônkim, também exemplar, teria surgido, segundo Eisenstein, “de meia página do volumoso roteiro de ‘O Ano 1905’”, escrito por ele e por Nina Agadjánova. Tal passagem do texto escrito para a tela luminosa e sonora tem rendido aos cineastas russos, desde as vanguardas históricas, ao que tudo indica, um farto celeiro de reflexões sobre o imbricamento de artes distintas e se pensarmos na pintura, teatro, escultura e fotografia, então, esta discussão demonstra-se inesgotável e infindável! Por hora a questão que fomenta esta comunicação é: em que consistiria esta autonomia e esta especificidade do cinema e como elas se manifestam na filmografia destes cinco cineastas? Uma das hipóteses é que há um conceito-chave de Eisenstein concebido enquanto conjunto monístico (som, espaço e movimento cuja articulação - monística - definiria a montagem), que de formas e estilos diferentes, se manifestaria explicitamente nas realizações dos cineastas investigados, na articulação do som, espaço e movimento em suas obras. Pensadores como Viktor Chklóvski, Iúri Lotman, Jacques Aumont e Gilles Deleuze, ao lado dos próprios cineastas em questão, oferecem aporte teórico a esta discussão. (Agência de fomento: Fapesp)਀㰀⼀昀漀渀琀㸀㰀⼀瀀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀