ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:609-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">609-1</td><td><b>SÁTIRA MORAL E SÁTIRA CIVILIZATÓRIA EM POE E EM VILELA </b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Londina da Cunha Pereira </u> (UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) ; Maria da Luz Alves Pereira (UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2> <i>Never bet the devil your head. A moral tale</i> , de Edgar Allan Poe (1809-1849), publicado pela primeira vez em 1841, traduzido, no Brasil, por Oscar Mendes, com o título  Nunca aposte sua cabeça com o diabo  conto moral , narra a história de um sujeito que aposta a cabeça com o diabo e acaba perdendo a aposta.  A cabeça , de Luiz Vilela, conto da obra homônima, de 2002, centra-se no diálogo entre várias personagens que discutem acerca de uma cabeça encontrada no chão, em plena rua. Diante do exposto, e em sintonia com os estudos que promovem discussões acerca do apagamento dos limites do texto literário, este trabalho propõe uma análise comparatista entre os dois contos. Considerando o tempo decorrido entre as duas publicações, e verificando a possível intertextualidade entre ambas, constatamos a originalidade nacional diante da retomada de temas tratados por um autor da literatura norte-americana. Entende-se a intertextualidade como a presença efetiva de um texto em outro, pois um texto não existe sozinho, parece sempre possível nele descobrir-se um subtexto, uma retomada, de modo que textos distantes se mostram próximos. No presente caso, encontramos elo aparentemente perdido entre a arte literária oitocentista e a do terceiro milênio: no conto de Poe, o desfecho acontece quando o sujeito perde a cabeça e, no de Vilela, a narrativa começa quando as personagens encontram a cabeça. Desse modo, os textos dialogam: o texto vileliano começa onde o texto poeano termina. Entretanto, Vilela apresenta uma narrativa que se distancia do centro, quebrando com a estética poeana do efeito único, propondo outra estratégia discursiva. Sua narrativa configura-se em quadros, de forma que sobrepostos constroem uma unidade; tais quadros podem, inclusive, ser recombinados em ordem diferente  mais que fragmento, temos uma estética do fractal. Assim, Vilela, rompendo com o estatuto centralizador, cria uma forma de escrita marcando um novo fazer estético. Tendo em mente que ao procedermos uma análise textual, devemos fazê-la voltando a atenção para a especificidade e a intencionalidade de cada texto, esta análise vai concentrar-se em como os textos estão construindo aquilo que dizem, ao invés de preocupar-se com o que está sendo dito. Focando no dizer dos textos e nas intenções do processo de produção, dedicaremos realce aos momentos em que as duas enunciações se cruzam, ou seja, no caráter satírico, cuja base teórica se norteará nos estudos de Propp e Pirandello. Assim, visualizamos em Poe a sátira que tenciona corrigir os costumes do indivíduo, enquanto Vilela denuncia o processo civilizatório que gera homens e situações desumanas. Palavras-chave: cânone, conto, fractal, intertextualidade, riso literário.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>