ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:641-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">641-1</td><td><b>Aproximações biográficas, históricas e literárias entre Dyonelio Machado e Juan Carlos Onetti</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Karina de Castilhos Lucena </u> (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>O objetivo deste trabalho é aproximar Dyonelio Machado (1895  1985) e Juan Carlos Onetti (1909  1994) tendo como hipótese que há características biográficas, históricas e literárias que permitem a leitura em paralelo de seus textos. Essa aproximação propõe que a literatura dos autores seja analisada em uma perspectiva mais ampla que a nacional, embora sem prescindir desta. A proximidade geográfica entre Rio Grande do Sul e Uruguai, a formação histórica semelhante, a condição periférica dessas regiões em relação a uma metrópole vizinha (São Paulo e Rio para o RS; Argentina para o Uruguai) sugerem que esses autores participam de uma comarca (para utilizar o conceito de Ángel Rama) que é  geradora de uma matéria própria permitindo a analogia entre as literaturas de Dyonelio e Onetti. Quanto às características literárias que permitem a aproximação de Dyonelio e Onetti, ambos têm obra vasta, circulando pelo conto, romance e ensaio. Independentemente do gênero, seus textos apresentam uma regularidade formal e temática: narrativa urbana, personagens que se repetem em livros diferentes e que geralmente vêm das camadas mais baixas da sociedade, ambientação em uma cidade específica (a real Porto Alegre para Dyonelio, a imaginária Santa María para Onetti), além de, mais uma coincidência, serem editados no Brasil pela Planeta. No que diz respeito às biografias de Dyonelio e Onetti há algumas coincidências. Eles vêm de origem humilde, tiveram que trabalhar cedo e deslocar-se para uma metrópole para estudar ou trabalhar. Dyonelio nasceu em Quaraí, na fronteira com o Uruguai, mudou-se para Porto Alegre e depois passou uma temporada no Rio de Janeiro, onde concluiu o curso de Psiquiatria. Onetti nasceu em Montevidéu (por uma dessas coincidências, a mãe de Onetti nasceu na mesma cidade de Dyonelio, Quaraí), mudou-se para Buenos Aires e depois para a Espanha. Tanto Dyonelio quanto Onetti sofreram perseguições da ditadura militar de seus países, sendo presos e exilados. Sobre as características históricas que fundamentam esta relação, é possível considerar que as fronteiras nacionais entre Brasil, Argentina e Uruguai como são conhecidas hoje escondem a formação histórica comum das terras mais ao sul do continente sul-americano. Para entender a literatura gaúcha e a literatura uruguaia, é importante considerar que eventos históricos como o Tratado de Tordesilhas (1494), Tratado de Madri (1750), Santo Ildefonso (1777), Guerra da Cisplatina (1811  1828), Guerra dos Farrapos (1835  1845), Intervenção brasileira no Uruguai (1851), Guerra do Paraguai (1864  1870), entre outros sugerem uma fronteira em movimento (KÜHN, 2007) nessa comarca do pampa. É provável que a maior contribuição deste estudo seja a retomada daquele debate dos anos 1970, a integração latinoamericana. É claro que atualmente não cabe mais uma leitura homogênea da literatura do continente, muito arraigada às ideologias da esquerda da época. Mas o estudo baseado em regiões literárias, comarcas, pode esclarecer temas que as histórias da literatura calcadas na nacionalidade não conseguiram resolver.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>