ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:647-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">647-1</td><td><b>"Quer que lhe leia a sina, meu senhor? Diário: a escrita intimista em Torga.</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Raquel Terezinha Rodrigues </u> (UNICENTRO - Universidade Estadual do centro-Oeste PR) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Os diários estão inseridos no gênero memorialístico e têm como traço comum não somente a expressão do  eu através de elementos que são tirados da memória, como também a presença de um narrador como testemunha de um tempo, muitas vezes, diluído. Procurou-se aqui, mostrar que a escrita intimista mais do que testemunhar eventos ocorridos em um determinado período, pode ser muito mais reveladora e tratar de assuntos que diferem da proposta de escrita de um diário, tornando-o híbrido ao mesclar vários gêneros narrativos, na medida em que eles servirão a propósitos mais sutis, quer seja o de companheiro espantando a solidão, ou o de mostrar a heterogeneidade estabelecida entre o eu-narrador e o eu-personagem. Esse desmascaramento acaba levando a uma busca (in)consciente de autenticidade que vai permear toda a obra conferindo ao texto uma impressão maior de verdade. Segundo Marcello Mathias, o gênero memorialístico no qual se insere os diários, tem um fio condutor que é a memória. Porém, esses textos intimistas partilham outros elementos, tais como: o fato de se centrarem na figura do autor, privilegiando um olhar individual e o de terem o tempo como organizador dos relatos. Contudo, mesmo que trate de elementos referentes a própria vida, não importa a averiguação dos fatos, reafirmando o que disse Lejeune que ninguém mentiria sobre si mesmo. E, ao mesmo tempo que essa garantia de veracidade é dada, tem-se na escrita de si, para Mathias uma ilusão de verdade que independe da boa fé de quem redige, e ao juntar-se ao fato de que ninguém conhece ninguém na sua totalidade e nem diz tudo sobre si, cria uma opacidade linguística que se configura em uma aproximação da realidade. Sendo assim, observou-se que em Torga os diários funcionam como um diálogo entre as obras do escritor e que o narrador aparece fragmentado o que contraria a singularidade proposta pelos textos intimistas. Embora trate de assuntos relativos a sua existência, a narrativa não é nada convencional, tendo em vista que se trata de um livro intimista que aborda questões estéticas, ao se utilizar da metalinguagem para falar de assuntos referentes ao seu fazer poético. Torga estabelece um ritmo de escrita que independe do gênero escolhido por ele, opta pela reflexão contínua da vida, da família, da profissão, da terra natal e por extensão de seu povo, sabendo de antemão que a única saída para a libertação do homem é pela arte. </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>