ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:658-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">658-1</td><td><b>JÓ, I</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>João Batista Pereira </u> (UFPE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>A migração de narrativas e personagens bíblicos para obras ficcionais e sua rememoração como arquéticos deslocados do seu tempo de elaboração ressalta a presença atemporal de componentes teológicos influenciando a literatura na contemporaneidade. No espectro teórico que define a tragédia esteticamente, a alusão às agruras impingidas a Jó por Deus é usualmente designada como trágica. Todavia, o diálogo com o fundo, a forma e o conteúdo nos quais foi forjada a versão daquele sofrimento na Antiguidade exige repensar essa nominação definindo os conceitos desse <i>pathos</i> na modernidade. Centrado em refletir sobre o alcance dos fundamentos estéticos incidentes sobre o relato de um ato de fé inamovível, este artigo recupera a importância da relação hierárquica estabelecida entre o sagrado e o terreno como pressuposto definidor do trágico. A problematização da vida do indivíduo subordinada a desígnios divinos, cerceando o instituto da vontade que deliberaria sobre os seus atos, e um universo destituído de asserções que estabeleçam um conflito irreconciliável, obscurece a tragicidade reclamada em <i>O Livro de Jó</i>. A natureza judaico-cristã dessa parábola assente para uma transcendência vinculada a ditames religiosos, preconizando obediência às emanações divinas, compensada pelo manto da justiça redentora que acobertará o homem no futuro. Essa condição pétrea contraria a emergência do trágico no mundo moderno: ancorando-se no eterno desequilíbrio entre o dever e o querer, ele deriva da cegueira humana alçada ao absoluto, na <i>hybris</i> incontornável praticada em nome da razão. A paradoxal constituição na qual a incubência do dever entra em conflito com a potência do querer demonstra uma cisão na interioridade do sujeito: afastado de Deus, ele afirma sua existência através das ações, confrontando o mundo material que o circunda, residindo nas volições da consciência o espaço para a conquista de sua alteridade. </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>