ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:768-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">768-1</td><td><b>O Terrorista de John Updike: figurações incertas sobre uma América incerta </b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Carla Alexandra Ferreira </u> (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Possuidor de uma obra bastante vasta e diversificada e tendo a literatura por profissão, John Updike construiu uma trajetória literária que cristalizou seu papel de escritor de realismo sociológico dentro do contexto da literatura norte-americana contemporânea. Updike faz parte de um grupo de escritores voltados ao resgate de um realismo oblíquo mesclado com concisão formal; que têm preocupação com a inquietação urbana moderna, partilhando da idéia da criação, através de seus romances, de um retrato dos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial. Bradbury argumenta que John Updike tornou-se um registrador marcante  das mudanças norte-americanas ocorridas na passagem dos afluentes anos cinqüenta para a liberal década de sessenta e os narcíseos anos setenta captando especialmente  o novo mundo norte-americano da expansão dos subúrbios, dos jovens casais do período pós-bomba atômica e o ritmo de seus casamentos, filhos, divórcios, apetite material e espiritual e desejos sexuais  desejos que em sua obra parecem ser uma mesma coisa. (BRADBURY, 1991). Acrescenta que Updike mistura precisão formal  com indícios crescentes de preocupação histórica . Numa observação mais cuidadosa do trabalho literário de Updike percebemos, contudo, que essa representação (conceito por si só controverso) da nação norte-americana não acontece de modo tão direto e  real como expresso pela maioria da crítica do autor. Além das dificuldades postas por um momento histórico que não se quer representável, há, na tessitura de alguns de seus romances, uma figuração incerta - muitas vezes ignorada pela crítica - que capta muito mais do que aquilo que é manifesto. Esses textos surgem como dissonantes do conjunto de sua obra e são avaliados por uma crítica de valor que, ao lidar com esses romances aparentemente diferentes, em contraposição ao trabalho já cristalizado do autor, são considerados textos menores ou experimentais. De recepção complexa, Terrorist (2006) parece ser um romance sobre o que se propõe: a história de um terrorista. Observadas as lacunas, pistas e contradições presentes no romance, principalmente pela escolha de um texto de suspense, pela caracterização e espaço, pode-se detectar as dificuldades de entendermos e figurarmos nosso tempo: uma história norte-americana que se nega a aceitar sua configuração multicultural. O objetivo desta apresentação é a de mostrar que Terrorist exige de seu leitor que se investigue o conteúdo social da forma (SCHWARZ, 1999) desse texto; que perceba que a dificuldade de figuração é diagnóstico do contexto de produção do texto literário e não um parâmetro de julgamento do valor desse texto; que seja capaz de desvendar as estratégias de contenção (JAMESON, 1991; FERREIRA, 2003) nele presentes e em nossos olhares de leitores. A proposta é a de que a leitura de Terrorist ultrapasse a leitura de seu conteúdo manifesto e da mimeses, no sentido de perceber que o diálogo oculto com a realidade norte-americana, os fragmentos apresentados, o tipo de texto escolhido para narrar essa história sobre o terror traz a história de um Estado-nação que está no centro das discussões sobre globalização e inclusão (anômala) e que possui dificuldades em lidar com sua formação e configuração multicultural. </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>