ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:769-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">769-1</td><td><b>Lições de Sevilha A reconstrução do espaço espanhol na obra poética de João Cabral de Melo Neto </b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Nylcéa Thereza de Siqueira Pedra </u> (UFPR - Universidade Federal do Paraná) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Henri Lefebvre no seu estudo <i>La production de l´espace </i> 1974) afirma que o espaço, antes de ser uma representação do absoluto geométrica e tecnicamente entendido, é uma vivência social. Nele se conjugam um espaço físico, um espaço mental e um espaço social constituídos pela construção, percepção e interação de um eu e de um outro. Tomando os conceitos de Lefebvre para pensar a construção do espaço físico espanhol  especialmente o sevilhano  nos textos poéticos cabralinos, podemos atribuir ao lugar de encontro do eu-poeta com o espaço-outro o estatuto de lugar de mediação. Viver os espaços parece ser condição <i>sine qua non</i> para que eles possam vir a fazer parte do imaginário poético de João Cabral. E é neste sentido que o verbo <i>habitar</i> recebe um significado bastante contundente em sua obra. Habitar é fazer parte, ocupar, é viver um lugar. Etimologicamente, é criar um <i>habitus</i>, no qual a constância é fundamental para a conquista da intimidade. Assim, se somos naturalmente habitantes de onde nascemos, precisamos fazer-nos habitantes do lugar para onde vamos e esta relação de hábito só se constrói na vivência deste espaço social que aponta Lefebvre, isto é, no encontro íntimo com o espaço geográfico, com as pessoas, com o modo de viver característico deste lugar. Esta é a lição de Sevilha ditada pelo poeta. Passar pela cidade é registrá-la como <i>turístico-anedótica</i>, atendo-se unicamente a seu <i>museu e catedral</i>. Aprender as  Lições de Sevilha é habitá-la, para conhecê-la no seu íntimo, no profundo e corriqueiro cotidiano. A importância do visual, do habitar e da intimidade na poesia cabralina se confirma, de maneira definitiva, em <i>Sevilha andando</i> 1990). Caminhando pelas ruas sevilhanas, encontra suas gentes, toureiros, <i>bailaoras</i>, escritores, pintores, poetas, circulando ao lado de anônimos que também formam a cidade de Sevilha e a síntese da Espanha em sua obra poética. João Cabral não se limita, então, à visualização do exterior, mas assimila o universo observado e vivido, cujo significado pode ser verificado na presença irrefutável das artes populares e eruditas espanholas em sua obra. A síntese da reconstrução do entorno espanhol será analisada durante a comunicação no sugestivo poema  Na despedida de Sevilha .</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>