ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:782-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">782-1</td><td><b>A TRÍADE NOME-IMAGEM-IDENTIFICAÇÃO EM PATRICK MODIANO</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Laura Barbosa Campos </u> (UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2> O presente trabalho insere-se no campo da literatura da chamada Segunda Geração de vítimas do genocídio judaico durante a Segunda Guerra Mundial. Investigarei particularmente o universo romanesco do escritor francês Patrick Modiano cuja obra estabelece um intenso diálogo com o paradigma fotográfico dentro de uma perspectiva de imagem-texto e não pela via intersemiótica. Um importante paradoxo atravessa a obra de Modiano: a ausência de memória é justamente a mola propulsora de sua escrita. A partir dessa problemática sua literatura se desenvolve e surge uma poética que almeja apresentar uma falta, comprometida com a dissolução. É por isso que a fotografia como índice, enquanto vestígio de algo que foi, e não é mais, é uma noção tão cara ao autor. A questão do desaparecimento, do esquecimento e da fugacidade dos vestígios participa de todo o universo literário modianesco. Suas obras são recheadas de números de telefone reais, porém inválidos por não corresponderem a nenhum destinatário. Esse é um dos recursos recorrentes em Modiano para expor uma ausência diante da qual ele buscará renomear o que foi perdido, subtraí-lo do anonimato; em outras palavras, recuperar o nome pulverizado pelo esquecimento, pois nomear é identificar. O nome, além de ser um dos pilares identitários, participa do momento do nascimento, através do registro civil, e também da morte, no atestado de óbito e na inscrição funerária. A idéia de nomear algo ou alguém é intrinsecamente ligada à noção de reconhecimento, sem o qual o nome é apenas um signo arbitrário. Assim como uma carta não lida pelo destinatário perde o seu sentido e transforma-se em simples resíduo, um nome não reconhecido perde a sua essência e torna-se ruína. Patrick Modiano confere especial atenção ao ato de nomear. Em Rue des boutiques obscures, obra vencedora do prêmio Goncourt em 1978 e publicada em português sob o título Uma Rua de Roma, analisarei o processo de busca encenado pelo narrador amnésico que tenta desvendar os mistérios do seu passado apoiando-se na tríade: nome, imagem, identificação. Buscarei mostrar que a questão do nome em Modiano apresenta, por um lado, um liame ontológico, mas que também cumpre a tarefa ética e política de rememorar os sem nome, as milhões de vítimas da Shoá que desapareceram sem deixar rastros. </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>