ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:846-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">846-1</td><td><b> Contra os donos oficiais da cultura : crítica à esquerda e à direita no ensaísmo de Glauber Rocha</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Arlindo Rebechi Junior </u> (USP - Universidade de São Paulo) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Esta comunicação é um dos saldos da minha tese de doutoramento  Glauber Rocha, ensaísta do Brasil . Trata-se, para este caso, de uma abordagem do ensaio praticado pelo cineasta e crítico baiano durante o período de sua volta do primeiro exílio, entre 1976 e 1980. Como método, privilegio a análise do seu trajeto intelectual em convivência com a análise de sua prática do ensaio político e de ideias em jornais e revistas, buscando, pela intersecção destas duas formas de avaliação crítica, a apreensão dos movimentos de Glauber pelo campo cultural brasileiro naquele final de década. Em minha análise, parto de dois problemas centrais, presentes em sua trajetória: 1) depois de trazer a público cinco novos longas-metragens, entre novas produções e finalizações de filmes mais antigos, Glauber partira do exílio depois de esgotar as possibilidades de se executar outros novos projetos de cinema no estrangeiro; 2) desgastado com fração da crítica europeia, sua situação no Brasil não seria diferente, nem tampouco pacífica: depois da publicação de sua polêmica declaração na revista <i>Visão</i>, em 1974, chegava ao território nacional sob a pecha de apoiador dos militares. No plano textual, Glauber encontrou no ensaísmo um lugar propício para encampar suas defesas políticas e sua defesa de uma forma fragmentária e ao mesmo tempo totalizadora de escrita. Sua linguagem recupera um estilo de exposição que privilegia a disposição de ideias na forma de fragmentos, como se fossem pequenos e explosivos textos. Encadeados um atrás do outro, estes minúsculos textos, formam um conjunto que ganha tanto pela independência de ideias como pela capacidade de se misturarem num fio condutor único e presente na arquitetura de um texto maior. Fica a demonstração nestes casos que sua busca por este estilo atesta uma hipótese central em seus trabalhos e em sua forma encontrada de exposição: a aliança e a conjugação em sua prática escrita com as tensões e os contrastes da experiência vivida tornaram-se, naquele momento de conturbada vida intelectual, a base para que extraísse sua matéria mais vulcânica e mais polêmica da realidade. Entre as muitas opções possíveis de abordar seus textos, focalizo seus ensaios que reavivam a polêmica Alencar-Machado, em especial o de título   O Guarany e  Dom Casmurro ou a competição entre Iracema e Capitu pelo título de Misse Brazyl , publicado no <i>Jornal do Brasil</i>, de 6 de setembro de 1976. Ramificados a esta polêmica, salientem-se ainda os textos  Makunayma (1) e  Makunayma  2 , publicados na <i>Folha de S. Paulo</i>, respectivamente, em 23 e 28 de setembro de 1978, época em que Glauber era colunista do periódico. Estratégico diante das suas ações dentro do campo cinematográfico e literário, Glauber fará de José de Alencar o seu modelo de intelectual. Não à toa. Porque, com o exemplo do escritor de <i>Iracema</i>, ele buscará recuperar não só a memória do passado em torno da consagração quase imediata do movimento do Cinema Novo, mas também alçar, mais uma vez, o seu antigo grupo na tradição cultural aberta por nosso modernismo literário nos primeiros decênios do século 20. </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>