Resumo

Tadeusz Rozewicz e Wislawa Szymborska, como outros poetas poloneses que viveram a experiência traumática da Segunda Guerra Mundial, enfrentaram o dilema dos artistas que testemunham as catástrofes da história. Como escrever sobre os horrores da guerra, os campos de concentração, as ruínas de Varsóvia? O poeta se debate entre a impossibilidade da linguagem de descrever o inenarrável e a necessidade de escrever para que a memória não se perca. A frase de Adorno "escrever um poema após Auschwitz é um ato bárbaro, e isso corrói até mesmo o conhecimento de por que se tornou impossível escrever poemas" é interpretada por Valéria de Marco como "a necessidade de impedir o esquecimento e a repetição de Auschwitz" e "o perigo de torná-lo assimilável através da estilização artística". A observação coloca em discussão a relação entre a estética e a ética, entre criação e verdade. Embora a poesia corra o risco de estetizar o horror, ela é necessária, porque a história nos fornece nomes e datas, números e estatísticas, a descrição dos métodos, o testemunho dos sobreviventes, mas não dá a dimensão da dor. A poesia lança uma imagem: de um rosto crispado, de um grito subitamente cortado, de um gesto suspenso no ar. Ela dramatiza o silêncio dos inocentes: daqueles que não podem testemunhar. ਀㰀⼀昀漀渀琀㸀㰀⼀瀀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀