XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Resumo:854-1


Oral (Tema Livre)
854-1Osman Lins: da tripartição ao rizoma, ou; a montagem infinita.਀
Autores:João Guilherme Dayrell Magalhães Santos (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

਀ A comunicação visa estabelecer uma leitura da obra de Osman Lins partindo do texto “Conto Barroco ou Unidade Tripartida”, atentando para os seguintes aspectos: a constante interrupção da história, que faz emergir os gestos, como destacava Walter Benjamin. O gesto, na leitura de Giorgio Agamben, produz o destaque da linguagem enquanto tal, o que faz a narrativa abrir como meio sem fim. De tal forma, o texto de Osman Lins se espaça como uma rede, desenrolando dobras sobre dobras, ou seja, virtualidades: as histórias possíveis sobre a saga do bandido pernambucano para assassinar por encomenda, em Minas Gerais, sua vítima. Destarte, temos temporalidades diversas – como as três cidades mineiras destacadas, confluindo no dispêndio da linguagem excessiva que cita e ex-cita o barroco na modernidade – coadunadas em um mesmo espaço que nos propõe uma leitura por montagem, como coloca Georges Didi-Huberman. No conto, presenciamos não só a profanação da tripartição religiosa como a suspensão da tripartição temporal: passado, presente e futuro se tornam indiscerníveis, e a narrativa adquire a imagem de um rizoma. As personagens, de tal forma, se tornam espectadoras, dessubjetivadas por esta máquina, como a protagonista de Avalovara, que “percebe os lentos e solenes movimentos do mundo, a montagem da máquina.” No entanto, a expropriação aqui se abre como possibilidades, sugerindo uma passagem pelos dispositivos, tornando-os inoperantes pela montagem infinita, como a que o texto de Nove Novena nos permite. As personagens, portanto, se nos apresentam como um traço, uma imagem indistinta, carregadas de potência: a ambiguidade do comportamento da prostituta, cujo ex-amante é procurado pelo jagunço. Osman Lins nos coloca defronte com um tempo imensurável, que se desdobra, por fim, na leitura da história brasileira através de uma ótica pós-autônoma; de tal maneira, como dizia José Lezama Lima, experimentamos uma “expressão americana em devir”, singular.਀㰀⼀昀漀渀琀㸀㰀⼀瀀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀