ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:856-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">856-1</td><td><b>De quimeras e viajantes: práticas do deslocamento na ficção contemporânea</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Claudete Daflon </u> (UFF - Universidade Federal Fluminense) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Em <i>Routes</i> (1997), James Clifford propõe  a view of human location as constituted by displacement as much as by stasis. Para o autor, práticas de deslocamento são constitutivas dos significados culturais e, portanto, não representam simplesmente a possibilidade de difusão ou transferência de cultura. A viagem pode ser assim compreendida também como um  lugar . A reflexão contemporânea sobre os deslocamentos, as fronteiras e a constituição do sujeito tem ocupado importante espaço na produção ficcional, seja literária ou cinematográfica. E, nesse sentido, tem contribuído para a compreensão desses deslocamentos enquanto  human location . É o caso da obra de autores como Bernardo Carvalho. Em seu romance <i>O filho da mãe</i> (2009), definida como mistura de dois embriões, a <i>quimera</i> é percebida como monstruosidade a ser eliminada, sinal de mau-agouro. Ao encarnar a estranha condição de ser dois sem ser nenhum, tem sua condenação atrelada à sua constituição híbrida, que não cumpre a ordem natural das coisas. O filho da mãe é uma <i>quimera</i>, desterrado que é, alienado da terra e da família. Em <i>Teoria da viagem</i>, publicado originalmente em 2007, Michel Onfray discute a viagem como expiação. O errante seria, antes de tudo, um condenado:  O capitalismo atual condena do mesmo modo à errância, à ausência de domicílio ou ao desemprego os indivíduos que rejeita e amaldiçoa . Ferindo a lógica do isto ou aquilo, a condição híbrida e errante estaria de acordo com uma  índole processual , para usar expressão empregada por Heidrun K. Olinto. Nos sistemas binários, ainda segundo a autora, há uma relação de exclusão em que um dos pares conceituais se torna totalizante e o outro invisível. Essa, porém, também é a chave do filme <i>Incêndios</i> (Incendies, 2010), do diretor Denis Villeneuve, em que irmãos gêmeos, após a morte da mãe, encarnam a <i>quimera</i>, em que dois são um. Ao encontrarem o pai, filhos-da-mãe, descobrem o irmão. Não há a designação de uma terceira instância como alternativa, mas o investimento no múltiplo, porque também um são dois. Isso, de alguma maneira, se traduz na multiplicação de relações possíveis, dos pontos-de-vista em que se constroem os relatos e da própria forma como a narrativa é encaminhada seja no romance de Bernardo Carvalho seja no filme de Villeneuve. Múltiplos caminhos, talvez como as 300 pontes de São Petersburgo que não levam a lugar algum. Narrativa em trânsito que se reveste da dimensão trágica que a errância, enquanto  human location , traduz em sua direta relação com a guerra, o terrorismo e a intolerância.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>