ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:857-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">857-1</td><td><b>Ainda o regionalismo: um olhar de banda sobre essa  velharia </b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Cássio Tavares </u> (UFG - Universidade Federal de Goiás) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Os Estudos Literários permanecem, apesar de todos os esforços, hegemonicamente marcados pela pretensão de universalidade das formas simbólicas, expressão suposta da eterna natureza humana. Por isso, quando querem ser diacrônicos, costumam resultar apenas anacrônicos. Ocorre que são nefastas as consequências dessa concepção hegemônica  até porque, se a História Literária deixa de ser ativamente pensada como parte integrante da História <i>tout court</i>, fica inexplicável por que as inovações formais que acabam se fixando como norma para cada novo <i> estilo de época </i> surgem sobretudo nos países do centro dinâmico do capitalismo. É claro, para nós brasileiros, essa dificuldade histórica de estar na ponta inventora das novidades estético-literárias substanciais fica debitada na nossa conta de nação menor. Entende-se, pois, por exemplo, pensando no cenário mundial, que a Literatura Comparada, passada a fase de autoafirmação imperialista das nações europeias, tenha se enraizado nas nações periféricas, empenhando-se na diferença local. Curiosamente, mas não por acaso, a mesma lógica se observa internamente no Brasil, onde modernização e atraso se implicam reciprocamente, duplicando em âmbito nacional algumas oposições estruturantes do sistema mundo. Para efeito dos Estudos Literários, a referência central é instituída pelo Modernismo paulista, hegemônico na formação do cânone nacional, donde a marginalização de boa parte da produção literária plasmada à revelia dele. No centro dessa marginalidade coloca-se o problema do regionalismo. Daí que, na contramão da caracterização do regionalismo enformada pela perspectiva canônica, surgem, com toda justiça, reflexões contestadoras, de diferentes perspectivas e com nuanças regionais, mas mantendo em comum o empenho em legitimar autores e obras esquecidos ou rebaixados pela historiografia literária <i> oficial </i>. Porém, esse mesmo empenho termina muitas vezes por reafirmar aquela nefasta oposição centro periferia porque, em sua parcialidade negativa, depende dos termos dela, ficando subsumido na polaridade, com aceitação tácita de seus pressupostos. Até quando se reconhece que a própria polaridade em questão é problemática, permanece o risco, objetivado na tentação da recompensa em fantasia, pela solução imaginária e pacificadora configurada como utopia de um mundo livre das contradições e iniquidades reais. A partir desse quadro, pela análise das reflexões de alguns estudiosos do regionalismo e pela consideração de alguns exemplos literários selecionados, procuro neste trabalho sugerir um empenho talvez mais produtivo do que apenas propugnar a diferença regional: investigar, na história da literatura brasileira, a formação da categoria <i> regionalismo </i> à luz da dinâmica concreta das relações urbano rural, moderno atrasado, etc., correlatas da relação centro periferia, para situar a conformação dessas categorias no processo mais geral de formação do Brasil moderno. Então será talvez possível construir um quadro conceitual mais independente, no qual as diferenças regionais sejam <i>interpretáveis</i> a partir de seu lugar constitutivo na estrutura conflitiva da vida sócio-cultural tal como a vivemos, não ficando sua dignidade subordinada conceitualmente à hipótese de um país reconciliado em meio a um mundo feito de embates.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>