ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:859-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">859-1</td><td><b>Paisagem e Fotografia em "O Recado do Morro" de João Guimarães Rosa</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Fábio Borges da Silva </u> (UNB - Universidade de Brasília) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Desde 1962 o conto  O Recado do Morro é publicado em No Urubùquaquá, No Pinhém, um dos três volumes de Corpo de Baile. A primeira edição data de 1956. Trata-se de uma estória sobre a qual João Guimarães Rosa parece concordar apenas parcialmente com o conjunto das interpretações realizadas pelos críticos de seu tempo acerca do seu sentido essencial, na medida em que o escritor indica sua obstinada pretensão de alcançar  sozinho, ou em companhia de suas personagens  a poesia, embora tivesse consciência de que, em se tratando de arte, as intenções do autor pouco importam. No conto, a poesia emerge pela mão da saudade vivida pelo protagonista, Pedro Orósio, durante uma expedição científica (aos moldes do naturalismo do Brasil imperial) da qual ele é o guia por conta de seu conhecimento dos caminhos de uma das particularidades geográficas do sertão: os Gerais. No entanto, é no enfrentamento entre dois modos distintos de representação visual da natureza geralista, transfigurados no texto enquanto artefatos literários, a saber: a pintura de paisagem e a fotografia (a personagem Alquiste, naturalista europeu, traz consigo uma máquina fotográfica e um binóculo), que o escritor evidencia sua concepção de poesia, cuja forma síntese é explicitada sob o ponto de vista do narrador. Se para Walter Benjamin, acompanhando certa tradição francesa na qual se inseriu Charles Baudelaire, a fotografia pôs fim à pintura de paisagem ainda no século XIX, em  O Recado do Morro assistimos a co-existência dessas duas linguagens que entre si dialogam, inseridas noutro debate mais amplo, aquele no qual elas se posicionam acerca dos rumos impostos pela modernização urbano-industrial enquanto projeto totalizante de transformação espacial do sertão brasileiro, do mesmo modo, da sensibilidade dos homens nele viventes. E, se  o sertão é o mundo , o escritor não estaria referindo-se somente aos brasileiros do interior do país... Guimarães Rosa, enquanto pintor (com palavras) da paisagem sertaneja, acompanha outras tradições de pintura de paisagem além do Neoclassicismo francês de Nicolas Poussin, como a dos alemães Jacob Philip Hackert, Johann Wolfgang von Goethe e Alexander von Humboldt, bem como dos vários viajantes naturalistas que conviveram com Humboldt em Paris, como Rugendas (trazido ao Brasil pela coroa portuguesa quando da transferência da capital lusitana para o Rio de Janeiro). O propósito dessa comunicação surge, portanto, do desejo de evidenciar de que modo pintura de paisagem e fotografia participam da arquitetônica de  O Recado do Morro . </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>