ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:889-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">889-1</td><td><b>Do texto árvore ao texto rizoma: questões em torno da fixação de textos</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Mario Cesar Newman de Queiroz </u> (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>A tradição filológica da crítica textual, da fixação de textos tem um norteamento egóico claro no tratamento de textos modernos, ela propõe reconstituir a obra literária o mais próximo possível daquela produzida pela vontade autoral,  a intenção final expressa pelo autor (SPAGGIARI, PERUGI, 2004, p.181) . Ou ainda uma clara ortopedia da idéia de original no tratamento de textos antigos, anteriores à imprensa, reconstituir um texto que se aproxime  o mais possível do original perdido (SPAGGIARI, PERUGI, 2004, p.32). Persegue dois fantasmas, portanto. Mas esses dois fantasmas, a intenção autoral e o original perdido, sustentam um mundo de representações, a forma  natural das coisas serem, o modo  natural de pensarmos questões de arte e de texto. Conforme nos apresenta Félix Guattari o mundo moderno sofre de um mal cartesiano de querer colar a idéia de subjetividade consciente à idéia de indivíduo, e mais, pensamos a subjetividade como se ela fosse construída aos moldes da individuação biológica (GUATTARI, 2010, p.40). Logo nada mais correto do que pensarmos os textos de um autor como frutos dessa imagem de consciência individualizada. Contrariamente a isto, interessa-nos pensar a imagem de autor como função do texto, tal como enunciada por Foucault. Para Foucault o que hoje nomeamos de autor se articula com os discursos de um modo que nem sempre foi assim, e falar do fim do autor adquire o caráter projetivo de que não será para sempre como existe hoje, e talvez seja  na orla do mar, um rosto de areia (FOUCAULT, 1987, p.404). Repetindo literalmente Foucault,  trata-se de retirar ao sujeito (ou ao seu substituto) o papel de fundamento originário e de o analisar como uma função variável e complexa do discurso (FOUCAULT, 1992, p.70). O autor, longe de ser uma entidade pacificada, resolvida em torno da figura física de uma existência pessoal, é uma figura conceitual, uma função. No entanto, ao pensarmos assim a idéia de sujeito autoral, pomos em xeque a própria noção tradicional de texto como unidade pacificada ou pacificável por um esforço disciplinado de crítica filológica. A árvore estemática com que o filólogo busca apontar para a lição definitiva ou melhor, deve ser repensada em função de um rizoma textual construído com os desejos de diversos agentes, leitores, editores, copistas, resenhadores, filólogos. Para bem longe de uma crítica textual prescritiva, consideramos importante o trabalho filológico do levantamento das variantes e diferentes edições para flagrarmos os textos literários em sua riqueza rizomática.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>