ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:898-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">898-1</td><td><b>Poema em prosa: formulação fora do paradigma da poesia brasileira</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Valquíria Maria Cavalcante de Moura </u> (UFRPE - UAST - Universidade Federal Rural de Pernambuco) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>A possibilidade de dissoaciação entre poesia e versificação começa a ser cogitada de maneira mais veemente no século XVIII e atinge seu ponto culminannte no século XIX. No livro "Petits poèmes en prose"(1869), de Baudelaire, a prosa emerge como elemento mais adequado para exprimir os movimentos da alma moderna. Dentre as modalidades da poesia moderna, um gênero permanece um domínio pouco explorado nos estudos da literatura brasileira:o poema em prosa. De origem francesa, ele é produzido no momento em que a versificação atingia sua intensidade mais asfixiante. O novo gênero surge para ampliar os conceitos de poeticidade e dialogar como modalidades de discursos ditas como irreconciliáveis com o discurso poético. O presente trabalho tem por objetivo problematizar a presença do poema em prosa na literatura brasileira, a partir da reflexão teórica sobre a noção de "neutro" e da análise do livro "Sapato florido" (1948), de Mário Quintana. Elaborado por Roland Barthes, o neutro é definido como tudo aquilo que burla o paradigma. Considerando o conceito como categoria gramatical, compreende-se uma categoria muito mais ampla, ultrapassando os fatos da língua para chegar ao discurso. Toda e qualquer esquiva do paradigma é interpretada com neutro. Nesse sentido, o poema em prosa é interpretado como uma formulação fora do modelo dogmático. Ele contamina a suposta clareza da classificações e as coloca em questão ao lidar com fronteiras pouco delimitadas e superfícies fraturáveis, incorporando o incerto. Com o gênero, dicotomias são relativizadas. O "monstro híbrido" não se adapta a um paradigma simplicador do discurso crítico e teórico que reúne apenas o que se ajusta a sua ordenação. O poema em prosa rompe com a concepção dominante de poesia e promove a renovação dos códigos de poeticidade. Na literatura brasileira, muitos autores que fazem parte do cânone adotaram o gênero não canônico, como Manuel Bandeira, Mário Quintana, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade, Lêdo Ivo, Jorge de Lima, Ferreira Gullar, Augusto Meyer, entre outros. Os poetas que adotaram o poema em prosa procuram a ampliação da experiência do fazer poético, explorando uma possibilidade que se concilia com as produções poeticas versificadas. Esse revigoramento da poesia através da prosa terá papel diferenciado para cada poeta. Na obra de Mário Quintana, essa produção é substancial e significativa, tendo dedicado parte da produção poética ao diálogo entre a poesia e diversas modalidades de prosificação da poesia, da qual o poema em prosa faz parte. Partido dessas considerações, promove-se a análise de alguns poemas de Mário Quinatana e sua relação com outras formas de prosificação da poesia como máximas, provérbios, citações e epigramas. Algumas questões sobre sua poética e as figuras do neutro são levantas a partir da análise dos textos. O poema e prosa é estudado como uma sutileza no paradigma poético na retórica dos gêneros,na literatura brasileira e na produção de Mário Quintana. </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>