ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:902-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">902-1</td><td><b>HISTÓRIAS REVISITADAS: A CONSTRUÇÃO DO METAFICCIONAL NOS ROMANCES DO PÓS-BOOM DA LITERATURA LATINOAMERICANA</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Wanderlan da Silva Alves </u> ((UNESP/SJRP) - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA(UNESP/SJRP) - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA(UNESP/SJRP) - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA(UNESP/SJRP) - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>A produção literária latinoamericana assumiu muitas vezes para si, ao longo da segunda metade do século XX, a função de (re)escrever e (re)visitar a história político-cultural da América Latina, de modo a repensar as marcas do passado ainda significativas para seu presente ou de driblar a censura e o cerceamento à expressão do indivíduo, por vezes impostos por regimes políticos autoritários. Esse caráter profundamente crítico manifestou-se, entre outros, nos chamados romances do pós-<i>boom</i> (CHIAMPI, 1996), por vezes questionados pela crítica de arte mais tradicional por seu experimentalismo formal e pelo diálogo que estabelecem com a cultura de massas (MONEGAL, 1968; RAMA, 2005 [1984]). Romances como <i>Cobra</i> (1972), de Severo Sarduy, <i>El beso de la mujer araña</i> (1976), de Manuel Puig, <i>La casa de los espíritus</i> (1982), de Isabel Allende, <i>Bolero</i> (1983), de Lisandro Otero e <i>La guaracha del Macho Camacho</i> (1985), de Luis Rafael Sánchez, são construídos por meio de procedimentos e materiais híbridos (CANCLINI, 1998; 2003) cuja articulação foi capaz de mobilizar estilemas provenientes de distintas instituições sociais (igreja, estado, família, etc.) e de engendrar, no discurso literário, um lugar possível de trocas e ressignificações simbólicas representativo da complexa realidade social e antropológica latinoamericana de seu presente, incorporando ou representando, no corpo de sua linguagem, estruturas e formas simbólicas do período pré-moderno (como as culturas indígenas), do período moderno (a própria constituição dos Estados) e do período pós-moderno (reestruturação da família, reorganização do papel das instituições públicas e do mercado de bens de consumo), que na América Latina são, por vezes, contemporâneas entre si. Tais trocas e ressignificações constituem um espaço particular da produção literária dos anos 70-80, pois, enquanto documentos de cultura que se voltam para a própria história, elas apresentam sérios questionamentos acerca da história latinoamericana: seriam elas um salto (BENJAMIN, 1984) rumo ao dissonante, ao incompleto, ao inacabado, mas, ao mesmo tempo, a uma possibilidade de reinterpretação de nossa cultura? Consistiriam num modo de tentar expressar, por meio de sua linguagem, como as ruínas do passado ainda são perceptíveis e recuperáveis para seu presente e para a sua história? Seriam um modo de procurar salvar o legado cultural dos mitos e dos deuses (<i>La casa de los espíritus</i>, por exemplo) e, enfim, de uma expressão latinoamericana no contexto da Modernidade ou, mesmo, da Pós-modernidade? Ou seriam, ainda, uma estratégia para driblar as inúmeras formas de coerção e controle que sempre estiveram presentes na configuração do dizer e do ser latinoamericanos (<i>El beso de la mujer araña</i>, por exemplo)? Esses romances se mostram, portanto, essencialmente políticos e potencialmente críticos de sua própria condição dentro da  América amarga, América descalza, América en español (GALEANO, 1989) onde são criados. Uma vez que a vida social se presentifica na literatura principalmente pela linguagem (TINIANOV, 2004), e a linguagem é histórica e social, propomos analisar os procedimentos por meio dos quais os romances mencionados articulam à sua estrutura textual elementos temático-formais que sustentam sua consciência estética e sua natureza crítica e adquirem, desse modo, um caráter metaficcional (HUTCHEON, 1991).</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>