ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:906-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">906-1</td><td><b>Como pintar um atuto-retrato: errância e descentralização da escritura em Rousseau e André Breton</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Marta Dantas da Silva </u> (UEL - Universidade Estadual de Londrina) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Jean-Jacques Rousseau, na tentativa de se defender daqueles que supostamente o perseguiam, concebeu um projeto: escrever  não literatura mas contra a literatura  toda a sua história, toda sua vida afim de mostrar-se por inteiro ao público; eis suas Confissões. Mas para não deixar a menor lacuna escreveu, em seguida, seus Diálogos e, ao perceber que se perdeu no caminho em que esperava se achar, escreveu seus Devaneios de um caminhante solitário na esperança de responder a pergunta  quem sou eu mesmo? . Para responder tal questão, descobriu que o que importava não era tudo dizer, mas dizer o tudo do imediato e terminou por descobrir que a verdade do que escrevia residia no seu próprio erro:  Estou persuadido de que somos sempre bem pintados quando nos pintamos nós mesmos, inclusive quando o retrato não é nada semelhante . Para tanto, abandonou o ideal clássico de escritura, também a linguagem ordinária e se lançou num movimento em que as palavras não reproduziam mais a realidade prévia mas sim sua verdade a partir de um desenvolvimento livre e ininterrupto. A possibilidade de alcaçar a verdade sobre si mesmo residia nas palavras em liberdade, num abandono a um acaso íntimo. A busca do  verdadeiro eu cedeu espaço para a invenção de si por meio do devir da linguagem. Desta forma Rousseau inaugurou, com o pacto do eu com a linguagem, uma nova atitude que se tornou a da literatura moderna; e deu origem a uma nova concepção de linguagem que tem o surrealismo como herdeiro. O surrealismo, por sua vez, pretendeu abandonar a linguagem como instrumento para torná-la  vida imediata por meio da escrita automática e de outros experimentos; promoveu a mesma à sujeito, ou melhor, a linguagem, nada mais tendo a ver com o sujeito, parecia dizer adeus à literatura. O problema ético colocados pelos surrealistas  não fazer literatura mas viver poeticamente, não fazer obra de arte mas transformar a vida em arte  levou-os, entre outras coisas, à pesquisa artística e literária e, paradoxalmente, o surrealismo criou uma estética e uma nova noção de literatura, descentralizada, que não expressa mais a liberdade mas que é a própria liberdade e justamente por isso, pode ter eficácia e sentidos extraliterários. Essa comunicação visa refletir sobre  as reververações éticas e estéticas no decurso da descentralização da escritura a partir de duas experiências errantes que buscavam reponder a mesma pergunta,  quem sou eu? : a de Rousseau e a de André Breton em Nadja. Além destes autores, Maurice Blanchot, Jean Starobinki, Margarite Bonnet, entre outros, serão nossos guias.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>