ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:978-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">978-1</td><td><b>A AMAZÔNIA EM RELATO DE UM CERTO ORIENTE DE MILTON HATOUM</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Lindalva Albuquerque </u> (UNB - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIAUNB - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIAUNB - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Diversos autores têm-se empenhado na análise do espaço amazônico e têm sido uniformes em registrar o predomínio de uma visão paradigmática nas representações literárias daquele espaço, também visto como um dos últimos e grandiosos refúgios do exotismo e do mistério de culturas humanas pré-históricas, de vestígios não-monumentais no país e no mundo, uma terra sem história, legada ao esquecimento. Há cerca de 20 anos, Antonio Candido já assinalava o fascínio que aquela região sempre exerceu sobre os escritores que registraram a voracidade de uma natureza rudimentar. Um dos poucos exemplos da atenção às condições de vida do homem na Amazônia registrou-se no romance A Selva, de Ferreira de Castro (1930), que relata a situação escrava do trabalho nos seringais acreanos, sendo, portanto, raras as obras voltadas para a realidade social daquela região. Euclides da Cunha (1995) chamou atenção para a brutalidade e marginalidade predominante no espaço em Terra sem História (Amazônia). Essa imagem ainda está presente na narrativa de ficção brasileira recente, como se observa na obra de Milton Hatoum que, embora venha construindo uma prosa realista que busca afastar-se do padrão literário predominante para a região  Dois Irmãos, Relatos de um certo Oriente e Cinzas do Norte  , paradoxalmente, preserva vestígios do exotismo, aspecto esse que, de alguma forma, tanto promove sua recepção nacional e internacional, quanto também se constituem em ponto essencial para a representação do caráter universal dessas narrativas. Buscaremos o objeto estético representativo do deslocamento das visões predominantes sobre a região, a partir da obra Relato de um certo Oriente, de Milton Hatoum, atentos à imagem de lugar distante, de natureza selvagem, reserva de água para o planeta, área rica em minérios, enfim, de uma terra sem história sobre a qual predomina um paradigma revelador da aparente preocupação com os aspectos naturais que deixou quase esquecida a vida humana naquele lugar. Nesta obra tem-se uma representação que presentifica na literatura contemporânea o espaço amazônico, oferecendo uma mostra da diversidade cultural representada pelas personagens, os figurantes, e seus dramas pessoais, como também a criação estética de uma realidade local que é também global, universal. Além da temática e da trama, destacaremos as personagens estrangeiras - tanto na acepção dicionarizada da palavra (indivíduo de nacionalidade diversa daquela onde se encontra), quanto no entendimento de pessoa diferente - em suas relações na condição de imigrantes árabes, e seus descendentes, com o homem nativo, a partir das personagens Emilie, imigrante que representa a elite brasileira, e Anastácia Socorro, a empregada doméstica, de origem índia, representante da classe social subalterna, ambas identificadas na solidão e sofrimento, pelo afastamento de seus povos o que as coloca na idêntica condição de estrangeiras. </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>