ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:1035-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">1035-1</td><td><b>O Mambembe, o rural, o antigo. O outro ingênuo como ficção para o próprio progresso.</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Gustavo Guenzburger </u> (UERJ - Universidade Estadual do Rio de Janeiro) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Recentemente está se conhecendo a trajetória teatral de O Mambembe, de Artur Azevedo, a partir dos contextos em que foi criado, com grande fracasso de público em 1904, e depois reabilitado, para o público e para a crítica, 55 anos depois. A ótica da recepção destaca esta peça do conjunto da obra de Artur Azevedo, deixando entrever, principalmente a partir de uma possível ideologia de um teatro educador dos sentidos, as contradições do texto com o mundo da diversão teatral na entrada do século XX carioca, sua tentativa de certa forma de escapar à massificação daquele universo, apelando ao passado e à promessa de um futuro mais "artístico" para o teatro. O homem rural de O Mambembe é o homem do outro tempo, do atraso, da ingenuidade, da pureza de propósitos e da tradição. Uma tentativa de âncora ao progresso homogeneizador e violento por que passava a capital federal das revistas de ano. A falta de empatia deste Brasil rural antigo com as classes médias heterogêneas, que lotavam o teatro ligeiro de sua época, pode ter sido um dos motivos do fracasso do texto em sua estréia, mas também de seu enorme sucesso 55 anos depois. O novo teatro da década de 50 chegaria ao Rio de Janeiro pelas mãos da primeira companhia carioca a se denominar moderna, o Teatro dos Sete. E a escolha do texto surpreendeu a todos: uma burleta à moda antiga, que retratava em metalinguagem um teatro ingênuo, que por sua vez retratava uma paisagem interior mais atrasadoa ainda. E em 1959, auge da projeto moderno nacional-popular brasileiro, o espetáculo fez um sucesso estrondoso, virou marco do teatro brasileiro e reabilitou o Artur Azevedo dramaturgo para a crítica. O outro como atraso, como raiz, ainda que ficção de um passado para si mesmo, pode colaborar na afirmação da noção fundamental de progresso embutida na ideologia moderna. Estas contradições e problemas inerentes à apropriação da tradição pelo moderno serão o enfoque deste trabalho sobre o caso O Mambembe.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>