ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:1103-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">1103-1</td><td><b>As linhas tortas de Deus: a reversibilidade do mal e a pancalìa na obra rosiana</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Michelle Jácome Valois Vital </u> (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>"O mal está apenas guardando lugar para o bem. O mundo supura é só a olhos impuros. Deus está fazendo coisas fabulosas" (ROSA 1985, p.183). Isso é o que diz Rosa num dos prefácios de Tutaméia. E o autor implícito de "Meu tio o Iauaretê", "A hora e a vez de Augusto Matraga" e "A benfazeja" parece fazer coro. De fato, os grandes monstros morais que são Tonho Tigreiro, Matraga e a trindade maldita Mula-Marmela/Mumbungo/Retrupé emergem da leitura transmutados, tangenciando o sobre-humano, envoltos em sacralidade: Matraga, tendo sofrido uma espécie de putrefactio alquímica (lembre-se o triângulo e circunferência marcados a ferro em sua carne), encaminha-se num jumentinho ("animalzinho assim meio sagrado, muito misturado às passagens da vida de Jesus", ROSA 1969, p.354) ao momento em que perpetra seu ato último de violência, gozosa e redentora; jungida a Mumbungo e Retrupé, pai e filho de más entranhas, Mula-Marmela opera, em violência, o ato de amor que desvela, sob a pele do lobo, o cordeiro sacrificial; na voz de Tonho Tigreiro, a um tempo onceiro e homem-onça, a ferocidade do animal, a engenharia perfeita do bote, o espetáculo de cor e cinese do destroçar as vítimas, transformam-se na contemplação do sublime, do belo horrendo que o Deus de Leviatã e Beemot também soube forjar (Jó, 40). Em todo o universo textual rosiano - texto, paratexto, epitexto - recorre a ideia da poesia e da metafísica como " planos que se interseccionam"(ROSA 2003, p.239). Tomando essa recorrência como instrução de leitura, a análise das três estórias permite entrever, na transmutação da morte, do crime, em bem e beleza,a pancalìa da metafísica rosiana, que parece ecoar a concepção medieval de que o esplendor de Deus irradia de todas as coisas (ECO 1987,2007) e que "tudo que existe é bom, o mal não é uma substância" (AGOSTINHO 1997, p.191).</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>