ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:1115-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">1115-1</td><td><b>TROPIC OF ORANGE E A POLISSEMIA DE TRÂNSITOS SOCIAIS E NARRATIVOS</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Ricardo Maria dos Santos </u> (FCLAR - UNESP - Faculdade de Ciências e Letras - UNESP) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>No romance <i>Tropic of Orange</i>, da escritora norte-americana Karen Tei Yamashita, publicado em 1997, personagens de origens étnicas e nacionais variadas se encontram e desencontram na cidade de Los Angeles, configurada como uma metrópole à beira do colapso em termos humanos, sociais e físicos. A narrativa põe em ação um panorama polifônico das agruras, conquistas e perplexidades de sujeitos vivendo em um mundo caracterizado pelo movimento contínuo de populações e de sentidos que surgem em consequência da globalização de mercados, econômica e midiaticamente sem fronteiras. Ao colocar em cena os embates de imigrantes e de populações à margem da sociedade capitalista triunfante, a romancista nipo-americana cria um plano de conexões entre as personagens, a que chama de <i>HyperContexts</i>, ao longo de uma semana completa, em que a segunda-feira é tematizada pelo  solstício de verão , a terça-feira pela  via de diamante , a quarta-feira pela  diversidade Cultural , a quinta-feira pelo  frenesi eterno , a sexta-feira pela  inteligência artificial , o sábado pela  rainha dos anjos (trocadilho com Los Angeles) e, finalmente, pela  a orla do Pacífico . Através da mimetização do registro verbal de Gabriel, repórter em Los Angeles com o sonho de construir um refúgio no México; sua namorada Emi, produtora de TV; Buzzworm, um  assistente social das ruas e guetos; Rafaela e Bobby, um casal de imigrantes vindos de culturas díspares e que se (des)encontram na metrópole norte-americana; Manzanar, médico que abandona tudo para reger a música do tráfego caótico das autovias, e de Arcangel, artista popular de origem indígena, Karen Tei Yamashita problematiza experiências de personagens que cruzam fronteiras físicas, mentais e até supra-reais. Nesse último caso, o uso de elementos de realismo mágico auxilia a configuração de discursos multifacetados, enunciados por habitantes dos grandes centros urbanos de uma sociedade pós-industrial e multicultural, em constante questionamento de identidades, tradições e influências a que todos estão infensos. Ao utilizarmos o arcabouço teórico de Bakhtin, especialmente do dialogismo, de Baudrillard e de Homi Bhabha, pretendemos demonstrar como a escritura da romancista logra executar um caleidoscópio narrativo-cultural, vocalizando as o esfacelamento da experiência contemporânea, ao mesmo tempo em que potencializa as combinações e transformações híbridas de identidade(s) sendo negociadas e do confronto entre concepções hegemônicas de Primeiro Mundo e de Terceiro Mundo, no que esses dois termos têm de mais problemático. Nesse universo ficcional em que  trânsito percorre todo um espectro polissemântico, cabe ao olhar crítico e arguto de escritores como Karen a delicada tarefa de dar um corpo e voz temático-narrativos a tais múltiplos deslocamentos, que se entrecruzam e multiplicam.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>