XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Resumo:1193-1


Oral (Tema Livre)
1193-1TERRITÓRIO DAS PERMEABILIDADES: AS NARRATIVAS E A INSTITUIÇÃO DE SUJEITOS EM FÉRREZ, PAULO LINS E AGUALUSA
Autores:Carlos Alberto de Negreiro (IFRN - INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE)

Resumo

Se a literatura pode ser vista como a instauradora de mundos e a escritura como forma de ação no mundo – ela constituiria um território das permeabilidades – em que o sujeito é uma hermenêutica de si e do outro. As narrativas contemporâneas Capão Pecado, de Ferréz (2000), Cidade de Deus, de Paulo Lins (1997) e O ano em que Zumbi tomou o Rio, de Jóse Eduardo Agualusa (2002), trazem as experiências de vida dos autores, as suas próprias lembranças e afetos de tempos idos de suas existências: “sou eu que conto” – essa figura não tem interesse no “puro em si”, mas sim, “mergulha a coisa na vida do narrador para em seguida retirá-la dele” (BENJAMIN, 1993). Esses escritores construíram uma “literatura” que expressa uma “voz marginal”. O universo da “periferia” – é um lugar onde se faz por um princípio: a narrativa – contam-se narrativas do lugar para se contar as narrativas dos sujeitos, aqui denominamos esse processo escrita-lugar. O narrar é uma forma de nos conhecer, de acessarmos o mundo por meio da experiência de vida. Se o “presente é um momento de perigo” (BENJAMIN, 1995), nós nos confrontamos nele, ele nos transtorna. Referências do mundo dos homens perfazem a organização do “orbe”, do mundo, formado pelo que é narrado. Esse mundo é uma consequência do ato de narrar (RICOUER, 2010, 1991), cria-se um mundo, esse mundo é justamente o que proporciona o caráter “substantivo”, ou melhor, os processos de subjetivação daqueles que povoam os lugares e se contam na escrita-lugar. A escrita-lugar seria aquilo que cria uma proposição de mundo – transtornado, de mundo modificado, aquilo que é escrito se dá escrita, porém incide sobre o processo de constituição desse sujeito. Assim, o texto é lugar do conflito, pois se existe diante do texto, no movimento que já é o da leitura, o sujeito ao se narrar, lê-se, não existe além-texto ou por-trás do texto, mas diante do texto – este é o confronto (RICOUER, 1988). ਀㰀⼀昀漀渀琀㸀㰀⼀瀀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀