Oral (Tema Livre)
322-1 | Práticas de leituras femininas no Brasil dos anos 50 e 60. | Autores: | André Luiz Joanilho (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Mariângela Peccioli Galli Joanilho (UEL - Universidade Estadual de Londrina) |
Resumo As fotonovelas tiveram um mercado cativo por mais de vinte e cinco anos no Brasil. Do começo dos anos cinqüenta até meados dos anos setenta, milhões dos leitores consumiram ansiosamente histórias publicadas em revistas com larga circulação nacional. Mas, este tipo de revista foi ignorado quase que completamente por estudiosos da literatura. As histórias que veiculavam eram consideradas um subgênero da literatura, e o seu público leitor foi marcado como sendo de baixa formação cultural e tendo parcos rendimentos.
Entretanto, seria possível para o pesquisador não reconhecer as fotonovelas como um artefato cultural e uma manifestação de práticas sociais? Poderia a cultura de massa ter criado um conjunto enorme leitores sem face e sem gosto?
Estas questões nos permitem pensar que as representações sociais femininas no Brasil dos anos cinqüenta e sessenta colocam em discussão a cultura de massa e o lugar da produção cotidiana, tirando das sombras algumas formas literárias. Elas nos apresentam práticas de leitura que são ligadas às tradições orais. Assim, as fotonovelas não são uma queda do leitor aos infernos culturais da subliteratura, mas um vetor de permanências e de mudanças das práticas culturais. Estas são as linhas gerais desta pesquisa.
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