Oral (Tema Livre)
301-1 | Cassandra Rios e o pioneirismo na literatura homoerótica feminina no Brasil | Autores: | Adriane Piovezan (UFPR - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ) |
Resumo Iniciando sua carreira como escritora em 1948 com a obra A Volúpia do Pecado, Cassandra Rios garantiu o direito ao protagonismo ficcional de personagens homoeróticas femininas na literatura brasileira. Por mais de três décadas, com uma narrativa ousada, a autora criticou em suas obras o modelo heteronormativo a partir de conceitos machistas inerentes ao seu contexto. Para alguns críticos seu estilo é associado à pornografia e ao preconceito, classificando suas personagens de anormais e estereotipadas. A literatura homoerótica feminina contemporânea aparece em muitas facetas diferentes, mas o que predomina é a idéia de uma visão afirmativa da homoafetividade. De uma maneira geral, a literatura lésbica contemporânea desconsidera o conjunto do trabalho pioneiro e ao mesmo tempo popular da obra de Cassandra Rios, classificando-a de moralista a estereotipada e assim descartando ou culpando-a por uma visão deformada das lésbicas. Esta recusa em considerar a originalidade da contribuição da autora se refere ao tratamento que a maior parte destas obras, a partir dos anos 90, forneceu ao tema: uma busca constante por apresentar de uma maneira socialmente aceitável e politicamente correta o homoerotismo feminino. Tanto Casssandra Rios como a literatura homoerótica feminina contemporânea descrevem aspectos distintos destas configurações identitárias da homossexualidade feminina na literatura brasileira. |