Oral (Tema Livre)
1026-1 | Não há fora do verso: do impolítico em Mallarmé
| Autores: | Fernando Scheibe (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) |
Resumo
O impolítico, de acordo com Roberto Esposito, não é uma categoria que se opõe ao político, mas uma “modalitá de sguardo, un modo di guardare alla política” que desmonta a “macchina legittimante della modernità” fundada na dicotomia entre bem e mal, positivo e negativo... Trata-se portanto de uma “crise de politique” não sem afinidade com a “crise de vers” mallarmenana* que, segundo Marcos Siscar, “não designa uma interrupção ou um colapso histórico do verso, mas uma irritação do verso, dentro do verso, e a propósito dele”. A proposta desta comunicação é discutir, a partir das Divagações de Stéphane Mallarmé, e da leitura que delas fazem Siscar e Jacques Rancière entre outros, algumas das consequências – (im)políticas, (im)poéticas** - desta afinidade.
* E provavelmente com o neutro barthesiano
** Penso aqui na “ausência de poesia” postulada por Georges Bataille em sua conferência sobre “A religião surrealista” |