Oral (Tema Livre)
422-1 | Dramaturgias e dramaturgos marginais: contrapontos entre Plínio Marcos e Mário Bortolotto | Autores: | Sonia Aparecida Vido Pascolati (UEL - Universidade Estadual de Londrina) |
Resumo A afirmação seguinte pode soar paradoxal, mas a marginalidade de Plínio Marcos, de suas criaturas e do universo dramatúrgico por ele criado já pode ser considerada canônica, no sentido de configurar uma das tendências do teatro moderno brasileiro. A galeria das personagens plinianas ilustra faces diversas da marginalidade, como os catadores de papel de Homens de papel, as prostitutas de Abajur lilás e as presidiárias contaminadas pela Aids em A mancha roxa ou os excluídos do sistema produtivo, como as personagens de Dois perdidos numa noite suja ou de Quando as máquinas param; apesar da diversidade de perspectivas, essas faces podem ser agrupadas sob o signo da marginalidade social. De modo um tanto diverso e ainda um pouco distante de figurar no cânone, a obra do londrinense Mário Bortolotto pode ser compreendida também a partir do signo da marginalidade, mas, diferentemente de Plínio, trata-se de uma reflexão cujo ponto de partida é a visada estética, que prepondera sobre o aspecto político sem, todavia, deixá-lo de lado. Bortolotto constrói mais de uma personagem artista – músico, escritor, artística plástico – com um mesmo ponto em comum: a recusa dos padrões estéticos valorizados tanto pela cultura de massa quanto pelo universo Cult; por isso, compreendemos a marginalidade, nesse contexto, como uma opção estética dessas figuras de ficção. A proposta deste trabalho é verificar como elementos políticos e estéticos se entrecruzam na dramaturgia de ambos os autores, tendo como viés analítico a presença da marginalidade. |