Oral (Tema Livre)
934-1 | A NARRATIVA DE TEREZA ALBUES: ESPAÇO URBANO E CULTURAL
| Autores: | Luzia Aparecida Oliva dos Santos (UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso) |
Resumo Tereza Albues tem-se destacado entre os escritores brasileiros que produzem uma narrativa permeada pela presença da tradição, seja ela cristã ou não, atualizada nos mistérios humanos e sua condição nômade, própria da pós-modernidade. Imprime o trânsito entre diferentes culturas e a presença dos centros urbanos como locais em que acontecem as intersecções culturais. Isso a impele para a construção de uma narrativa polifônica e de movimentos rápidos, como se, de fato, observasse pela janela do ônibus ou percorresse as estações de um metrô em Nova Iorque. Assim, as personagens da obra Buquê de Línguas (2008) resultam dos significados emergidos dos conflitos da contemporaneidade, envolvidas nas diferentes facetas estampadas no espaço urbano, pelo qual se interseccionam diversas culturas. O propósito que permeia este exercício de leitura é de compreender como as personagens e o espaço urbano se constituem a partir dos artifícios da narrativa arquitetada por meio do olhar incisivo da narradora, que capta o cotidiano humano, individual e coletivo, tanto em espaços físicos, como parques, ônibus e metrôs, quanto nos espaços íntimos revelados pelo fluxo de consciência. Do conjunto da obra, destacam-se os contos: “Buquê de línguas” e “Três instantâneos na cidade maravilhosa”, nos quais esses elementos são recorrentes, expressando as relações humanas e culturais. Ao transitar entre as fronteiras do individual e coletivo, permeadas pela cultura deslocada, a autora estabelece o vínculo com “referentes de legitimidade”, no conceito formulado por Canclini (2008); e, ao deslocar seu sentido por meio da hibridez, revitaliza o narrar pós-moderno, no qual se encontra a presença de diferentes percepções. |