Oral (Tema Livre)
407-1 | “ONDE ANDARÁ DULCE VEIGA”, DE CAIO FERNANDO ABREU
E A POÉTICA DO MELODRAMA
| Autores: | Rodrigo da Costa Araujo (UFF - Universidade Federal Fluminense) |
Resumo A prática narrativa de Caio Fernando Abreu (1948-1996) transforma a linguagem romanesca num expediente visual híbrido, cujo princípio constitutivo é a técnica de montagem/colagem de diferentes ordens discursivas que, ao se imbricarem, relativizam as diferenças entre texto literário e outras artes, ou mesmo literatura e cinema. Considerando-se a escritura dessa perspectiva, - essencialmente o romance Onde andará Dulce Veiga (1990) -, busca-se analisá-la enquanto exercício de pastiche da linguagem cinematográfica e da poética do melodrama. O melodrama, nessa leitura, insere-se num contexto composto pela heterogeneidade e pelo hibridismo, em zonas intermediárias de alteridade em que se debatem, também, questões como o valor estético e a cultura; o sujeito e a representação; o corpo, o gênero, a circulação e o consumo cultural, articulando de forma problemática os diversos lugares da enunciação. Assim, acompanha-se interpretativamente o gesto intertextual como operação de escrita, promovendo no romance, a incorporação da visualidade, concomitantemente, com características e estratégias da narrativa/poética melodramática. |