Oral (Tema Livre)
587-1 | A (re)configuração estética em O Mez da Grippe | Autores: | Claudiana Soerensen (UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do ParanáUFBA - Universidade Federal da Bahia) |
Resumo Valêncio Xavier suscita estranheza e arrebatamento ao propor para o receptor a coautoria da obra O Mez da Grippe. Nela, o cineasta, jornalista e escritor cria um enredo unindo diversos elementos na forma de texto-montagem ao mesclar narrativa histórica e criação literária. No livro, os mesmos temas se multiplicam em diferentes vozes as quais se fundem através de uma miscelânea de linguagens verbal e não-verbal (icônica). E partindo da hipótese de que o sistema de reprodução técnica da cultura massificada (Benjamin) provoca rompimento com a definição tradicional de estética - baseada nas noções de aura, valor de culto e de autenticidade -, podemos perceber as transformações significativas no modo como a experiência artística e a inserção do indivíduo na sociedade se organizam num cenário cada vez mais intenso de intersecções das diversas formas de produção cultural (cinema, literatura, pintura, jornalismo, entre outras) e na (re)configuração narrativa da realidade. Se escrever é retratar-se (Freud) e ler é analisar-se (Proust), Xavier convida-nos aos exercícios de escrita e de leitura em uma parceria profícua, a fim de repensarmos as experiências estéticas e artísticas, em uma tentativa de descobrirmos – se é que é possível – quem é o autor (Barthes; Foucault). |