XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Resumo:23-1


Oral (Tema Livre)
23-1"BLADE RUNNER" E "EL JARDIN DE SENDEROS QUE SE BIFURCAN": CONTRAPONTOS INTERSEMIÓTICOS
Autores:Maria Alessandra Fabrícia Conde da Silva (UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Joel Cardoso (UFPA - Universidade Federal do Pará)

Resumo

Abdicando das hierarquias e de conceitos de valor, as manifestações artísticas, estabelecendo uma correspondência ininterrupta e inevitável, mas extremamente prazerosa e salutar, mantêm entre si um permanente diálogo. Cada uma delas detém soberania, autonomia e especificidade. Colocando em cena o intermitente trânsito intersemiótico que se estabelece entre as múltiplas linguagens artísticas, reportamo-nos, neste trabalho, a algumas teorias que apontam para a pluralidade de significados que os diversos textos apresentam. A presença de um texto em outro, explícita ou implicitamente, alusiva ou rememorativamente, faz parte dos processos intertextuais, propiciando que se ampliem para o receptor os limites da apreensão e, consequentemente, da significação. Percorremos, aqui, apenas para que nos situemos no âmbito do embasamento teórico, sendas que nos evidenciaram possibilidades de aproximação entre um texto cinematográfico em contraponto com um texto literário. À esteira de algumas teorias modernas e pós-modernas, intentamos fazer um exercício dinâmico de aproximação, leitura e interpretação do texto cinematográfico "Blade Runner", dirigido por Ridley Scott, de 1982, em um possível contraponto com um texto literário, no caso, o conto "El jardin de senderos que se bifurcan", do livro "Ficciones", de Jorge Luis Borges (1941). No cotejo lúdico que se estabeleceu entre os dois textos, buscamos possibilidades de leitura e interpretação, não só através das semelhanças facilmente detectáveis, mas, sobretudo, das inegáveis diferenças existentes entre ambos. Das especificidades dos sujeitos que protagonizam as duas narrativas, emerge o problema da identidade, tema indubitavelmente caro à contemporaneidade. Quem somos? Como somos? O que, em suma, buscamos? Entre os teóricos citados, reportamo-nos a Umberto Eco, Fredric Jameson, Stuart Hall, Harold Bloom, Roland Barthes, Italo Calvino e - ainda e especialmente - a Latuf Isaias Mucci.