XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Resumo:244-1


Oral (Tema Livre)
244-1AS MULTIFACES DO SUJEITO LÍRICO E A DESCONSTRUÇÃO DO SUBLIME: MANOEL DE BARROS E DANIEL FARIA
Autores:Rosidelma Pereira Fraga Soares (UFG - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS)

Resumo

Este artigo tem como premissa fulcral investigar as configurações e multifaces do sujeito lírico na poética do brasileiro Manoel de Barros (2010) e do português Daniel Faria (1998). Metodologicamente, asseveramos que o corpus será mais teórico que analítico-crítico e os textos poéticos serão arregimentados aos questionamentos propostos nas linhas iniciais do trabalho. De Manoel de Barros, selecionamos poemas de algumas obras reeditados em Poesia completa (2010). De Daniel Faria, escolhemos poemas de Explicação das árvores e de outros animais (1998) e Homens que são lugares mal situados (1998). A partir das convergências de imagens e temas, discutiremos as novas construções do sublime na linguagem poética. Para averiguarmos o sujeito lírico, utilizaremos os pressupostos teóricos, a saber: Hegel (1997-2007), Dominique Combe (1999), Michael Collot (2004), Wladimir Krysinski (2007), Michael Hamburger (2007) e Octavio Paz (1990), a fim de pensarmos nas incidências multifacetadas do eu-lírico no texto poético. Ainda com objetivo de ponderarmos as configurações imagéticas do elevado e do baixo, basear-nos-emos na obra História da feiúra como desdobramento da História da beleza, de Umberto Eco (2007), nas concepções sobre a estética do feio adotadas por Hugo Friedrich (1991) em Estrutura da lírica moderna e na dicção pura/impura do sublime que José Guilherme Merquior (1980) defende no ensaio Musa morena moça. Nesta mesma estética de ressublimação, elucidaremos o capítulo “Emocionalidade e poesia contemporânea”, da obra Lira e antilira, de Luiz Costa Lima (1968), verificando como o sujeito moderno deixa de ser o porta-voz na sociedade, aproximando das ideias de Theodor Adorno (1993) em Lírica e sociedade. Relacionaremos a obra de Daniel Faria com a discussão proposta por Gastão Cruz (2003) em “Nova poesia portuguesa” e com “Anos noventa: breve roteiro da novíssima poesia portuguesa”, de Rosa Maria Martelo (1999).