Oral (Tema Livre)
581-1 | Há de se estranhar o apodrecimento do corpo? | Autores: | Eduardo Jorge de Oliveira (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) |
Resumo “Na história como na natureza o apodrecimento é o laboratório da vida”. O trecho de Karl Marx era uma epígrafe cara à Georges Bataille. Para esta comunicação, uma aproximação a se ensaiar seria a da íntima relação entre a decomposição (e os procedimentos formais que dela derivam) e aquilo que pode ser considerado estranho ou inquietante (Unheimlich). Assim, as apresentações do corpo, em sua composição material, dentro do campo literário, talvez pertençam a uma rede de metamorfoses que nos permite perguntar: até quando existe um corpo? Ou ainda de modo mais preciso: quando se esvai a humanidade de um corpo? Se o corpo está morto, ele seria, de fato, uma “coisa inconsciente” (Kojève)? Entre a “coisa inconsciente” e aquilo que não é “nem sujeito, nem objeto” (Kristeva), existe a noção de informe (Bataille). Ler a questão do corpo, a partir do informe, nos faz pensar a súbita vizinhança entre informe, abjeto, Unheimlich para ler nos sinais do corpo nuances entre pathos, erotismo, animalidade. É nesse contexto que se propõe ler Bataille para tentar entender, com Georges Didi-Huberman, “como a aporia se converte em sintoma” quando o texto se converte em corpo. |