XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Resumo:273-1


Oral (Tema Livre)
273-1ENTRE A METÁFORA E O CONCEITO: GUIMARÃES ROSA, CONTISTA E TEÓRICO DO CONTO
Autores:Antonia Marly Moura da Silva (UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte)

Resumo

É fato conhecido por aqueles que se dedicam ao estudo da obra de Guimarães Rosa que o escritor foi um legítimo criador de “estórias”, um contista de relevo, fixando determinantes do conto moderno e concedendo-lhe caminhos até então inéditos, o que garantiu a inclusão de seu nome numa geração de contistas que configuram a revolução do gênero. Rosa serviu-se de toda a técnica e engenhosidade para ressaltar características inconfundíveis do conto, destacando que o gênero busca na anedota, na fábula, na adivinha e no mito os meios para sua tessitura, o que na terminologia de André Jolles são concebidos como “formas simples”. É na prosa inovadora do escritor mineiro que encontramos situações da vida real e imaginária, numa atmosfera poética de expressiva sondagem mítica do mundo, zona fronteiriça entre a poesia e a prosa, saber narrativo em que se observa a universalidade, a mobilidade e fluidez do gênero, tal como o entendemos hoje. Sob tal perspectiva, com vistas a um saber metateórico, este trabalho pretende apresentar resultados de um estudo acerca do conto brasileiro, oferecendo uma reflexão sobre algumas determinantes do gênero à luz dos postulados rosianos. Para tanto, escolheu-se os prefácios de Tutaméia: terceiras estórias (1967), textos em que o escritor ora vela ora revela o movimento entre a ficção e a teoria, formulando uma duplicidade discursiva que aponta um caminho possível para a compreensão do projeto ficcional do escritor e, sobretudo, do conto brasileiro contemporâneo.