Oral (Tema Livre)
114-1 | Da paisagem e da natureza – o centro e o excêntrico na literatura regionalista | Autores: | Maria Adélia Menegazzo (UFMS - Univ. Fed. Mato Grosso do Sul) |
Resumo Partindo de textos literários considerados “regionalistas”, pretendemos discutir a afirmação de que a paisagem é uma invenção humana e que o modo como olhamos para os diferentes espaços que habitamos está determinado pelas convenções paisagísticas desde o renascimento, que se tornaram autônomas quando do romantismo. Assim, se nada há de “natural” na paisagem, não se pode negar sua “naturalização” e identificação, através do senso comum, com a “Natureza”. O suporte específico dessas representações regionalistas inicialmente definiu-se na pintura e na literatura, em suas convenções formais como a perspectiva e os loci retóricos, amenos e terríveis, e convenções estéticas como o sublime, o pitoresco e a cor local, ampliando-se para outros campos do conhecimento. Considerando que vivemos uma era de simultaneidades e justaposições, uma heterotopia está delineada, configurada pelas imagens poéticas em níveis variados de profundidade e subjetividade. Talvez resida aí uma das explicações possíveis para o interesse pela paisagem que se desloca, se transforma e se adapta aos valores de cada época. Buscamos evidenciar que a paisagem poética envolve, assim, experiências de lugares e territórios muito além dos limites das molduras ou das fronteiras geográficas, muito embora não seja possível desconsiderar sua centralidade pressuposta. |