Oral (Tema Livre)
462-1 | DES-RE-TERRITORIALIZAÇÃO EM O VENDEDOR DE PASSADOS DE JOSÉ EDUARDO AGUALUSA: UMA LEITURA SOBRE ESPAÇO E PODER | Autores: | Stella Montalvão (UNB - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA) |
Resumo A literatura africana contemporânea enfrenta grandes desafios resultantes da associação do processo de globalização ao fenômeno do pós-colonialismo. Esse contexto em suas diversas fronteiras resultou em uma realidade social, política, econômica e cultural problemática no que se refere à identidade, principalmente à chamada “identidade nacional”.
A apropriação de um espaço, que antes delimitava o território nacional e servia de base para a construção dessa “identidade nacional”, sofreu grandes transformações e estabelece-se atualmente a partir de novas conformações. O que antes se via como “território”, definido e mantido por meio de um poder estatal, vem sendo flexibilizado e alargado pela mobilidade própria do processo de globalização.
Dessa forma, o homem de hoje se vê na condição de alguém que precisa "reterritorializar-se" a cada novo processo de "desterritorialização" por que passa nas relações de poder a que está submetido, conforme destaca Haesbaert em O mito da desterritorialização: do fim dos territórios à multiterritorialidade.
A partir dessas considerações, esse trabalho se propõe desvelar a forma como José Eduardo Agualusa, escritor angolano, problematiza essas questões essencialmente contemporâneas em seu romance O vendedor de passados. O foco desse trabalho será a análise das trajetórias das principais personagens em seus processos de construção de um espaço próprio, de um território, na concepção desenvolvida por Haesbaert, frente às relações de poder inseridas no romance.
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