Oral (Tema Livre)
1006-1 | “A invenção do homem interior – Ética e estética nos ensaísmo de Robert Musil”
| Autores: | Erica Gonçalves de Castro (FFLCH /USP - Universidade Federal de São Paulo) ; Erica Gonçalves de Castro (FFLCH /USP - Universidade Federal de São PauloFFLCH /USP - Universidade Federal de São PauloFFLCH /USP - Universidade Federal de São PauloFFLCH /USP - Universidade Federal de São Paulo) |
Resumo A obra de Robert Musil (1880-1942) se caracteriza pela intensa relação entre filosofia, literatura e pensamento crítico. A composição de sua principal obra poética, o romance O Homem sem Qualidades, que consumiu mais de vinte anos de trabalho e que viria a se tornar uma das obras fundamentais da literatura do século XX, foi pontuada pela preocupação ética de fundar uma nova consciência crítica num momento de crise da cultura e dos valores ocidentais. Tal preocupação se refletiria na forma do romance, com suas extensas passagens de caráter ensaístico, e de modo mais pontual, nos ensaios e anotações paralelos à produção de sua obra poética principal.
A proposta desta comunicação é abordar esta parte da produção crítica de Musil, em que o autor, partindo do próprio fazer poético, reflete sobre o novo status da literatura e da arte na sociedade moderna, e sobre a tarefa que caberia aos escritores de sua geração: a de fundar, em suas palavras, uma nova “dinâmica da vida espiritual”, ou uma instância de pensamento em que as questões subjetivas não estivessem apartadas da ordem objetiva – uma tarefa, enfim, que num de seus ensaios mais contundentes, Musil definiria como a de “inventar o homem interior”. Ao abordarmos esses temas, deverá ficar claro que, para Musil, o ensaio não se restringia a um princípio formal – tratava-se, sobretudo, de um princípio crítico e construtivo, que pretendia responder a uma situação de crise da cultura e dos valores da Europa de fins do XIX e inícios do XX.
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