Oral (Tema Livre)
971-1 | As conseqüências éticas da compreensão do logos como uma combinação de formas no Sofista de Platão | Autores: | Giovane do Nascimento (UENF - Universidadade Estadual do Norte Fluminense) |
Resumo No Sofista será considerada a possibilidade do erro num embate contra a tese de Parmênides, segundo a qual, o não-ser não – é e não pode levar a existir algo que não é. A sofística, ao considerar tal tese, chega às últimas conseqüências produzindo o embaraço ético de que o discurso, na medida em que só poderá dizer o ser, será sempre verdadeiro. Tendo em vista que o não-ser refere-se ao falso e este não poderá ser dito, decorre daí a impossibilidade do discurso falso. Essas questões são tratadas no diálogo de um modo bastante característico do pensamento grego. Num primeiro momento são arroladas as possibilidades ontológicas de se fundamentar a tese paradoxal de que o não-ser é uma espécie de ser; num segundo momento, em posse desses conceitos, passa-se a uma aplicação destes ao nível lingüístico, isto é, investiga-se a partir dessas conquistas conceituais ontológicas qual a natureza do discurso. Nesse sentido, podemos afirmar que a fundamentação do logos é subsidiária da tese ontológica que afirma, de certa maneira, a existência do não-ser. Em outras palavras, é porque na realidade concebemos o não-ser numa relação com o ser, que podemos dizer que o não-ser, de alguma maneira é. O problema da permissibilidade da linguagem, de sua plasticidade, pode ser observado com freqüência em nossos dias seja na mídia, nos discursos políticos ou ainda nas formulações jurídicas. Pretendemos a partir da tese do «parricídio de Parmênides», apresentada no Sofista de Platão, considerar as conseqüências éticas desse impasse.
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