Oral (Tema Livre)
280-1 | A rasura do eu na construção do mundo: o desassossego de Cezanne, Van Gogh e Hans Hartung. | Autores: | Nicia Petreceli Zucolo (UFAM - Universidade Federal do AmazonasFAPEAM - FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA NO AMAZONASUSP - Universidade de São Paulo) |
Resumo As sensações despertadas pela leitura fragmentária, intimista e soturna, de Bernardo Soares, no Livro do desassossego, estabelecem um contraponto à pintura de Cezanne, Van Gogh e Hans Hartung. Tanto as telas quanto os fragmentos resgatam, cada um a sua maneira, a ausência do objeto representado, através do olhar. Ver, no Livro do desassossego, é um modo de criar a si e ao mundo, paradoxalmente, pelo apagamento; nas telas consideradas, a exteriorização do mundo interior dá a ver um mundo que só pode ser captado pelos sentidos: um mundo singular em que não há delimitação entre a forma e o conteúdo; um mundo que não há, realmente. A maneira de captar esses movimentos mundo-eu-visão-pensamento-manifestação é pela dinâmica olho-espírito (Merleau-Ponty), fundamental no desvelamento do fenômeno estético, reconstruído discursivamente pela análise a que esta comunicação se propõe. |