Oral (Tema Livre)
291-1 | Amanuenses, escribas e outros burocratas na produção ficcional de Lima Barreto | Autores: | Marcos Vinícius Scheffel () |
Resumo A virada do século XIX para o XX no Brasil trouxe mudanças significativas no quadro político, técnico e social. Assistiu-se à consolidação da República, às reformas urbanas que tentavam dar um ar moderno ao Rio de Janeiro e à transformação do papel de determinados setores sociais: a cidade letrada criou novos mitos de ascensão social e pôs em cena novos protagonistas (RAMA: 1984). Nesse quadro complexo, o funcionalismo público passou a se configurar num setor que requeria grandes contingentes humanos e a representar mais efetivamente os setores médios de nossa sociedade. Esse setor social interessou sobremaneira Lima Barreto não só por fazer parte da máquina burocrática, mas por perceber que havia ali um grande potencial de síntese literária e social. Nesse trabalho, procuro trilhar os caminhos da escrita de Lima Barreto na representação literária da vida de amanuenses, escribas e outros burocratas que transitam por sua escrita. Para tanto, percorro as anotações do Diário Íntimo, onde Lima Barreto traça rápidos esboços, e procuro comparar os desdobramentos estéticos e ideológicos na produção ficcional do autor, em especial em Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá. |