XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Resumo:675-1


Oral (Tema Livre)
675-1“No such thing as monsters”: monstro e monstruosidade na sociedade do espetáculo
Autores:Angela Rodrigues (UEL - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA)

Resumo

Tomando como base a figura do monstro frankensteiniano, monstro cujos predicados espelham as contradições do capitalismo industrial, os excessos da ciência e a psique do indivíduo fraturado pela modernidade, este trabalho propõe analisar a personagem do monstro em No Such Thing (2001), do diretor americano Hal Hartley. O artigo foca-se, particularmente, na discussão, sugerida no filme, sobre o lugar do monstro num momento histórico em que a mídia, o espetáculo e o consumo deixam pouco espaço para uma figura idealizada e potencializada pela imaginação humana, que traduz, em última instância, os desejos, as ansiedades e os medos de dada sociedade. O monstro tradicional, que mata e aterroriza o ser humano, revela-se aqui como fruto da imaginação do homem, imaginação artística que expurga os males da alma, ao passo que a hipocrisia, o utilitarismo e a racionalidade científica figuram, na obra, como as verdadeiras monstruosidades que assolam a humanidade num mundo dito pós-moderno. Assim, o monstro em No Such Thing, personagem imortal atrelado aos valores modernos, é menos monstruoso que a sociedade contemporânea ultra-capitalista na qual sobrevive e da qual é vítima imperdoável.