Oral (Tema Livre)
369-1 | Traços da Mineiridade na Tríade Ficcional de Oswaldo França Júnior | Autores: | Maria José Ladeira Garcia Garcia (UNEC - Centro Universitário de CaratingaFIC - Faculdades Integradas de Cataguases) |
Resumo Procura-se estudar as tendências relativas à representação da mineiridade e compreender a identidade mineira. Para isso é importante se conscientizar de que as sociedades capitalistas são lugares da desigualdade referente à etnia, sexo, gerações, classes e cultura; como consequência, torna-se o local onde se estabelecem e contestam tais distinções, porque os grupos subordinados fazem frente à imposição de significados que sustentam os interesses dos grupos mais poderosos. A identidade é o que diferencia o sujeito como pessoa, e o sujeito é o indivíduo que firma sua identidade pela capacidade de criar um discurso em que se reconhece como a autêntica expressão de seu eu. Tanto a identidade subjetiva como a nacional (e acrescenta-se a mineira) se formam e se transformam no âmbito da representação, porque a nação não é apenas uma identidade política, mas um sistema de representação cultural. A questão da identidade envolve uma tentativa de definição do sujeito, pois interage na personalidade do sujeito, porque sem o sentimento de identificação nacional e regional, o sujeito experimentaria um profundo sentimento de perda subjetiva. Sabe-se que o sujeito não é autônomo e autossuficiente por ser formado em contato com outras pessoas que lhe medeiam os valores e símbolos- a cultura da mineiridade por exemplo, apresenta características muito peculiares. As propostas de globalização, de desterritorialização e de desconstrução do conceito de nação fizeram emergir duas posturas distintas: a proliferação de novas posições de identidade, destacadas por valores cosmopolitas ou internacionais e um revival do nacionalismo, visando à manutenção das comunidades imaginadas ou nações. Pensar a representação da identidade nos romances Aqui e em outros lugares, publicado em 1980, 'A procura dos motivos, em 1982, e No fundo das águas, em 1987 implica rever a configuração das posições de sujeito em relação com a cidade, pois a pós-modernidade, ao diluir fronteiras em movimentos de interdependência transnacional, nacional e regional, paradoxalmente, permite o desabrochar dos processo de afirmação de identidades locais frente ao conceito de nação e de identidade nacional em crise. A história da mineiridade surge com adereços recionalizadores de que o mineiro, devido ao clima, geografia e cerceamento das montanhas, não tem pressa, porque o tempo não conta. Todo é feito para durar e não para revelar aparência; portanto possui mais o espírito do eterno do que o do moderno. A forma particular de como vive o tempo fornece o eixo em torno do qual todas as categorias se harmonizam na montagem de sua visão de mundo. Fiel à sua própria natureza em qualquer estágio do progresso, é vocação de eternidade no que se refere à intemporalidade, à permanência, enquanto a mentalidade moderna é por natureza temporal. Ao priorizar a categoria espaço em relação à do tempo, constata-se a presença do homem rural dentro do cidadão urbanizado; por isso o sentido da vida estaria segurado pela manutenção da tradição e desconfiança em relação a mudanças. Toda sociologia mineira é dominada pela continuidade, fidelidade e temperância em relação ao passado, por isso Minas torna-se o equilíbrio para pode enxergar mais longe. |