Oral (Tema Livre)
492-1 | Áfricas | Autores: | Eneida Leal Cunha (UFBA/PUC-RIO - Univ. Federal da Bahia / Pont.Univ. Católica Rio de Janeiro) |
Resumo Nos dicionários da língua portuguesa é explicito o nexo entre a história colonial e o uso substantivado e comum do topônimo significando façanha ou habilidade, como na frase, popular em Portugal, “meter uma lança em áfrica” (vencer uma grande dificuldade); ou ainda em “esgotar poço de pouca água não era nenhuma áfrica” (Mário de Andrade, Contos Novos). Para a comunicação, a África permanecerá no campo semântico da façanha e da proeza, entretanto, a partir de uma torção fundamental: importam a África ou “as áfricas” não como objeto ou como lugar, mas como sujeito e, principalmente, como forças propulsoras que se confrontam produtivamente com a ocidentalidade, enquanto alteridade, diferença e desafio, como um seu exterior constitutivo. |