Oral (Tema Livre)
72-1 | A CONJUNÇÃO DE FRAGMENTOS DISPERSOS EM OSMAN LINS: AFINIDADES MORFOLÓGICAS ENTRE AVALOVARA E O DICIONÁRIO DE SÍMBOLOS | Autores: | Elizabeth de Andrade Lima Hazin (UNB - Universidade de Brasília) |
Resumo Em Guerra sem testemunhas, Osman Lins distingue duas espécies de escritos: os cursivos, que seguem caminho já conhecido para quem os escreve e os de bordejar, “aqueles dos quais bem pouco sabe o escritor ao empreendê-los e ao longo dos quais, arduamente, avança e descobre”. No segundo fragmento da linha temática S do romance Avalovara, o Narrador deixa reverberar essa idéia quando se refere ao fato de que pouco sabe do invento o inventor, antes de o desvendar com seu esforço. Considerando o lugar de importância que ocupa no processo de criação “a prévia convivência do autor com a matéria que, devidamente ordenada, virá a constituir um livro”, este trabalho é a tentativa de pôr de pé algumas idéias a respeito do significado daquilo que será aqui chamado de afinidades morfológicas entre Avalovara e o Dicionário de Símbolos, de Chevalier e Gheerbrant. Osman Lins absorveu – dos verbetes dispostos nas quase mil páginas do dicionário – elementos que o ajudaram a tecer o texto, não somente no nível lexical ou para reforçar contextos simbólicos, mas também para ajudá-lo na tarefa que ele próprio denominou “desvendamento” dos personagens e dos eventos do romance. |