XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Resumo:349-1


Oral (Tema Livre)
349-1O fio tênue entre o literário e o não-literário: considerações sobre os textos críticos de Jules Laforgue.
Autores:Andressa Cristina de Oliveira (UNESP/FCL/ARARAQUARA - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho")

Resumo

Jules Laforgue, poeta simbolista francês, escreveu obras em poesia, como Les Complaintes, Le sanglot de la terre, L’imitation de Notre-Dame, la Lune, Des Fleurs de Bonne Volonté, obras em prosa, como Stéphane Vassiliew e Moralités Légendaires; no gênero dramático deixou seu legado com Tessa, Pierrot Fumiste e Le concile féerique, além de ter deixado um notável legado epistolar. No domínio extra-literário, Laforgue sobressaiu-se como tradutor, sobretudo dos poemas de Walt Whitman, como ensaísta, como crítico de arte e crítico literário, comentarista da corte de Guilherme I enquanto viveu em Berlim, com publicações assíduas nos anos 1880, antes de sua morte prematura aos 27 anos, em 1887, na Gazette des Beaux-Arts, em La Vogue, entre outros veículos renomados da época. Os assuntos foram suas influências literárias, seus contemporâneos, poetas já renomados como Baudelaire, Mallarmé, Verlaine, poetas “iniciantes”, como Paul Bourget, Charles Henry, Charles Ephrussi, além de eventos artísticos em geral. Lembremos, com o crítico Edmund Wilson, em O Castelo de Axel (2004), que, no contexto simbolista francês, Laforgue serviu-se da técnica irônico-pungente, gírio-pomposa, chulo-ingênua. O poeta situou-se fora do círculo exclusivista da linha “sério-estética” do Simbolismo, fazendo parte daquela que seria uma espécie de “prima pobre”, recessiva e desprezada. Ao conceber sua obra, Laforgue usa seu conhecimento de mundo, suas leituras e sua criatividade, com o intuito de criar o novo, no sentido baudelaireano, segundo Friedrich (1991), reunindo gênio poético, inteligência crítica, dissonância, idealidade vazia, fantasia criativa e deformação. Essas características peculiares de sua obra literária podem ser vistas, sobretudo no que concerne ao irônico, em seus textos críticos. Eis a nossa proposta – apresentar os textos críticos do poeta francês à luz de seus textos literários.