XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Resumo:360-1


Oral (Tema Livre)
360-1VERDADE E POESIA EM T. S. ELIOT E JOHN ASHBERY
Autores:Alcides Cardoso dos Santos (UNESP - Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”)

Resumo

Em O fim da modernidade, Gianni Vattimo mostra como as diferenças entre modernidade e contemporaneidade podem ser pensadas a partir das transformações dois conceitos fundamentais ao século XX: os conceitos de história e verdade, ou seja, grosso modo, a contemporaneidade promove a dissolução da história, concebida pelos modernistas como progresso, ao mesmo tempo em que dissemina o conceito de verdade em uma multiplicidade de experiências estéticas. A partir destas reflexões, juntamente com o pensamento de Octavio Paz e Martin Heidegger sobre a questão da verdade e da poesia na modernidade e na contemporaneidade, pretendemos pensar a questão da verdade e da poesia em dois poetas norte-americanos que representam o momento moderno e o contemporâneo da poesia naquele país: T. S. Eliot and John Ashberry. Se, por um lado, em Eliot a positividade da poesia face à negatividade da realidade sem sentido da urbe moderna é a experiência que ainda permite organizar o caos do mundo em uma verdade poética, em John Ashberry o caos do mundo já não pode ser organizado em qualquer estética que lhe dê sentido e a verdade já não existe senão como impossibilidade de apreensão e conhecimento do real. Contra a dicção clara e estilizada do alto modernismo de Eliot, Ashberry assume uma variedade de tons na qual a paródia do Modernismo resulta em ironia cortante da razão