Oral (Tema Livre)
116-1 | UNIVERSOS INTELECTUAIS DISTINTOS E COMPLEMENTARES NO PROCESSO DE CONFIGURAÇÃO ESTÉTICO-MODERNISTA | Autores: | Maria Suely da Costa (UEPB - Universidade Estadual da Paraíba) |
Resumo As primeiras décadas do século XX pontuam, na história cultural brasileira, a efetivação do processo renovador que traçaria novos rumos à experiência intelectual nacional. Momento em que acentuadas diferenças de mentalidades proporcionaram acirradas polêmicas frente às propostas de vanguardas advindas com a modernidade cultural. A historiografia literária mostra uma série de exemplos de conflitos gerados em torno da intelectualidade de então, de modo que, nas primeiras décadas deste século, por ser uma fase de “busca de definições”, ocorreu a formação de grupos de intelectuais que se dividiram ideologicamente. Nesse contexto, manifestos e revistas, de duração efêmera, surgiram como instrumentos de divulgação de ideais. Relacionados às vezes dentro de uma forte tensão, tais instrumentos conjugavam duas faces complementares: um “projeto estético”, referente às inovações na linguagem; e um “projeto ideológico”, ligado ao pensamento da época. De forma que, dentro da proposta de concretização do projeto estético/ideológico do modernismo brasileiro, é visível a articulação de pelo menos dois grandes eixos: o Centro-Sul, correspondendo ao Sudeste do Brasil, e o Nordeste, os quais defendiam tendências que ora se interpenetravam, ora se chocavam de forma complexa. No caso da experiência norte-rio-grandense, pode-se verificar um projeto estético capaz de compactuar com a proposta de construção de um referencial literário de âmbito nacional, distinto da ótica regionalista defendida em Pernambuco por Gilberto Freyre. Em outras palavras, isso significaria empregar ao objeto artístico as constâncias sintáticas de expressão nacional, da terra e da sua realidade, sem o ranço do tom "característico", de forma que as diferenças regionais estivessem dentro de um projeto de nação. |