Oral (Tema Livre)
683-1 | A escrita marginal brasileira no cenário cultural do capitalismo tardio | Autores: | Luciana Paiva Coronel (FURG - Universidade Federal do Rio Grande) |
Resumo Surgida nos anos 60 a partir da eclosão da contracultura, a escrita marginal tem autores representativos no cenário brasileiro desde então, como Carolina Maria de Jesus. Precursora de uma forma ficcional que apenas nos anos 90 ganha terreno no contexto da cultura nacional, Carolina pode ser aproximada de Paulo Lins e Férrez, cujas vozes periféricas abriram brechas de inclusão no terreno seleto dos autores de literatura no país.
O trabalho pretende abordar as diferentes formas de negociação, no sentido definido por Stuart Hall em seus estudos sobre a cultura contemporânea, travadas por estes autores em relação ao sistema hegemônico da cultura de massa, que os absorve e tende a homogeneizar e pasteurizar sua dicção afiada. De que forma cada um dos autores, a partir de sua escrita, procurou inserir-se no mercado editorial e em que condições, em termos de concessões a um padrão esperado, foi possível viabilizar esta inserção. Uma vez que, conforme Fredric Jameson, a cultura torna-se parte do mundo dos negócios no período contemporâneo do capitalismo tardio, cabe avaliar em cada caso como se deu o processo de difusão das vozes marginais dentro do sistema editorial estabelecido no país nas diferentes épocas em que permitu-se às mesmas expor ao público sua dicção dissonante.
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