Oral (Tema Livre)
766-1 | O Sancho tem chance: vinde a nós as muitas formas de ler, dizer e cantar. | Autores: | Maria Auxiliadora Cunha Grossi (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) |
Resumo Para o medievalista Paul Zumthor, o que produz a concretização de um texto dotado de carga poética está ligado aos seus efeitos semânticos. São transformações percebidas, em geral, como emoção pura, mas que manifestam uma "vibração fisiológica". O leitor, então, empenha sua própria palavra às energias vitais que a mantêm, sendo "orgânicas" suas relações com o poético. Nesse sentido, os elementos técnicos de análise de um poema, de uma canção, com rimas, ritmo, versificações não seriam suficientes para expressar de forma mais ampla a plenitude poética do texto. Sensibilidades que envolvem o olho, mas também o ouvido, o corpo como um todo influenciam e alteram a percepção do poético. Que tipos de leitura e/ou que elementos para sua realização poderão ser aplicados em leituras de poemas e canções, de maneira a reforçar os significados suplementares do signo poético? Em que medida estas leituras podem desempenhar funções que facilitem a compreensão do fato literário?
Esta comunicação pretende apresentar e trazer para análise produtos e culturas não canônicas que acontecem entre camadas de produção imaginária do mundo urbano. Poemas, textos em cena e performances realizadas no "Slam Poésie" francês e brasileiro; diferentes formas de dizer e cantar palavras poéticas; “Cobra Norato” em cenário voco-musical; "mots et musiques du monde" em "Récits du Sertão" de João Guimarães Rosa.
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