Oral (Tema Livre)
864-1 | (im)Possíveis margens ou: "a virtude é a mãe do vício conforme se sabe" | Autores: | André Monteiro Monteiro Guimarães Dias Pires (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) |
Resumo Ao se falar de marginalidade, corre-se sempre um risco: ao invés de se dar voz à diferença, fazer falar, mais uma vez, a voz do “mesmo”, a voz do “centro”. Como dizia Nietzsche, “não basta matar deus, se não se mata o lugar de deus”. Não basta trocarmos a cultura dominante por uma cultura possivelmente alternativa, ou periférica, se continuarmos a pensar dicotomicamente, ou seja, a partir de uma pureza dualista e identitária própria do logocentrismo ocidental. O objetivo de nosso trabalho é dinamizar as noções de margem, buscando problematizar suas (im)possíveis diferenças dentro do jogo de relações variáveis que as colocam em uma tensão permanente com culturas possivelmente dominantes. A partir de algumas manifestações culturais específicas, como o tropicalismo dos anos 60, a poesia marginal dos anos 70 e a chamada literatura marginal e/ou periférica surgida por volta de 2000, buscaremos compreender de que modo as bandeiras das margens vem sendo utilizadas como táticas, e/ou estratégias, nos campos de força da cultura brasileira contemporânea. |