Oral (Tema Livre)
200-1 | DE RIMBAUD A MANOEL DE BARROS: POETAS E VIDENTES | Autores: | Carlos Eduardo Brefore Pinheiro (UNITOLEDO - Centro Universitário Toledo) |
Resumo Em seu livro "Tratado geral das grandezas do ínfimo" (2001), Manoel de Barros cria, por meio de seus poemas, um verdadeiro tratado poético confirmando os mecanismos literários utilizados por ele, não apenas neste texto especificamente, mas ao longo de sua produção literária. Compondo poemas voltados para a infância como tempo/espaço idealizado, para os seres do ambiente pantaneiro, inclusive os mais ínfimos, e para a própria poesia, este autor demonstra que sua obra se forma e se movimenta por um mecanismo dialético entre o ínfimo (baixo) e o grandioso (elevado); entre o passado pessoal e o presente. Mais do que um simples jogo antitético entre estes elementos, sua poética se alicerça numa relação muito particular que é estabelecida entre eles. Em vários poemas há referência a nomes já consagrados, passando de figuras míticas, como Narciso, a críticos como Lacan, Barthes, e artistas como Bach, Antônio Vieira, Guimarães Rosa, que funcionam como um argumento de autoridade para dar o crédito à visão criacional do poeta. Este trabalho tem por objetivo analisar os possíveis vínculos que a obra do escritor brasileiro cria com a teoria poética de Arthur Rimbaud, constante em “O poeta vidente” (carta enviada a Paul Demeny, escrita em 1871), a partir da presença do poema “O vidente” no "Tratado geral das grandezas do ínfimo", e da evocação de vultos históricos, como o padre Antônio Vieira e o Bandarra, na obra em questão – todos ligados por este princípio de clarividência que nortearia o fazer literário. |