XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Resumo:42-1


Oral (Tema Livre)
42-1RESISTÊNCIA, IDENTIDADE E MEMÓRIA EM A ÚLTIMA TRAGÉDIA, DE ABDULAI SILA, AS MULHERES DE MEU PAI E O VENDEDOR DE PASSADOS, DE AGUALUSA
Autores:Rosilda Alves Bezerra (UEPB - UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA)

Resumo

As diferenças raciais não se constituem como único modo de ser da identidade, pois segundo Hall (2003), sempre se está negociando diferentes tipos de diferenças, por não existir garantia, quando procuramos uma identidade racial essencializada da qual pensamos estar seguros, de que esta sempre será mutuamente libertadora e progressista em todas as outras dimensões. Em Os condenados da terra (1968), Fanon esclarece o papel do negro colonizado que, ao superar o medo imposto pela violência do colonizador, tomando consciência de sua força revolucionária, passa a combater as mazelas desencadeadas pelo capitalismo colonial. Esses aspectos mantêm relações diretas com os eixos mencionados por Hall (2003): o deslocamento dos modelos europeus da alta cultura; o surgimento dos EUA como potência mundial e a descolonização do Terceiro Mundo, marcado culturalmente pelo impacto dos direitos civis e as lutas negras pela descolonização das mentes dos povos da diáspora negra. O objetivo desse trabalho é investigar o contexto diaspórico em A última tragédia, de Abdulai Sila, no período anterior à independência da Guiné Bissau, retratando o cotidiano da capital e do interior de seu país, e dos conflitos entre a mentalidade de colonizador e colonizado. Em termos de construção de identidade e memória analisaremos As mulheres de meu pai e O vendedor de passados, do angolano Eduardo Agualusa, percebendo o modo como essas narrativas recriam a africanidade da diáspora negra através da memória e da identidade, na qual se pode compreender de um outro modo o passado e o presente.