Oral (Tema Livre)
704-1 | LIMINARIDADE POÉTICA E IMAGINÁRIO INSTITUINTE: A FORMAÇÃO ÉPICA DO DISCURSO EM LATINOMÉRICA, DE MARCUS ACCIOLY | Autores: | Ricardo Soares (UEPB - UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA) |
Resumo Se Paz, Igualdade, Justiça, Fraternidade, Progresso são faces de utopias modernas ainda não alcançadas, de prospectos ideológicos, é porque elas traçam de outro modo uma exigência desiderativa, porque conflitante, no cerne da organização estrutural da utopia latinoamericana, em que os termos "revolução", "liberação" e "emancipação" ainda não podem ser afastados completamente. Não é o desejo de um reconhecimento reflexo tanto para a contiguidade quanto para a separação – condescendente numa face e de caudilho noutra -, mas para a reorganização do “pensamento liminar” que se instaura numa outra consciência de localização: o “estar/sentir-se entre duas ou mais cosmovisões de perspectivas conflitantes” (MIGNOLO, 2003). Nessa medida, a publicação Latinomérica (2001), de Marcus Accioly, compreende elementos estéticos e socioculturais que permitem a revalidação da epopeia na Contemporaneidade (NEIVA, 2009), através de novos interlocutores, permitindo que "estética" e "política" se concatenem numa “formação épica do discurso” (VASCONCELOS; RAMALHO 2007) que operacionaliza uma “autocriação que se desdobra como história” (CASTORIADIS, 1987). A obra se apropria do acúmulo das formas épicas como catalisador de tradições, paradoxalmente afirmando/negando a memória literária e, especificamente, construindo os artifícios para a inserção de seu evento no influxo desse conhecimento e, por extensão, à própria América Latina, a que faz referência no título. |