XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Resumo:278-1


Oral (Tema Livre)
278-1TRADUÇÃO, PARÓDIA E PARÁFRASE: AS REESCRITURAS POÉTICAS DE MANUEL BANDEIRA.
Autores:Celia Luiza Andrade Prado (FFLCH-USP - Universidade de São Paulo)

Resumo

Quando se trata de tradução poética a idéia consensual é de que poesia é intraduzível, uma vez que o tradutor está sujeito a grandes restrições impostas não só pela língua, mas também pelo gênero. A idéia de "destruição" da obra de arte poética no processo tradutório está pari passu com a concepção romântica de originalidade. A maneira abrangente de repensar a tradução como uma forma de reescritura aproxima-a da adaptação e evidencia o seu caráter autoral. Se por um lado a reescritura é considerada uma atividade usurpadora, por outro liberta a obra do jugo do texto fonte modificando o conceito da obra de arte como objeto único e insubstituível. Os vários tipos de transposição textual – paráfrase, paródia e "tradução para o moderno" – de Manuel Bandeira se caracterizam pela liberdade como são recriadas na língua alvo e altamente consideradas pela crítica. A apropriação de um texto que resultará em outra criação artística nos leva a refletir sobre o tênue limite conceitual entre as diversas formas de reescritura.