Oral (Tema Livre)
482-1 | A bagaceira: desmontando visões críticas | Autores: | Elaine Aparecida Lima (UEL - Universidade Estadual de Londrina) |
Resumo Os críticos acreditam que o romance "A bagaceira", de José Américo de Almeida, pertence a uma linhagem literária regional que, ao centrar suas preocupações na retratação do interior do País, coloca em segundo plano o caráter universal da literatura, as renovações estéticas e/ou o subjetivismo característicos das “grandes” produções literárias.
O presente trabalho questiona as cristalizadas considerações da crítica em torno da obra citada. Tenta demonstrar que o romance coloca em pauta a constituição estética da literatura ligada à representação nacional e, neste sentido, carrega motes muito próximos àqueles de toda a literatura brasileira elogiada pelos estudiosos, dentre eles: o trabalho adequado com a linguagem popular, a representação de um espaço longínquo e a existência de povos e de histórias peculiares ao referido espaço. A análise criteriosa da produção paraibana parece comprovar a fragilidade do conceito de “universalismo”, continuamente utilizado nos estudos para diminuir o valor de "A bagaceira", demonstra que questões em torno da identidade, da expressão linguística e da representação espacial, tão caras às ditas obras universais, são elementos presentes em representações inegavelmente ligadas ao regionalismo.
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