Oral (Tema Livre)
736-1 | Considerações sobre compromisso e solidariedade entre literatura e artes visuais no quadro da biopolítica. | Autores: | Rogério de Melo Franco (IEL - UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) |
Resumo O artista só pode sê-lo como origem da arte – que é justamente aquilo que o faz ser artista. Antes de Heidegger, desde o romantismo, persiste uma problematização especial em torno da dupla ars e artifex. Partiremos das reflexões românticas a esse respeito para abordar as relações entre as artes visual e literária sob as noções de corpo e vida. Apresentaremos algumas reflexões sobre crítica de arte e crítica literária ancoradas nas contribuições de pensadores como Giorgio Agamben, Walter Benjamin e Michel Foucault, entre outros.
Nossas considerações implicam a convicção de que o corpo seria um lugar privilegiado no trânsito crítico e tradutório, por assim dizer, do verbal e do visual. Essa situação se daria não apenas porque a vida seja uma condição humana necessária que lhes seria comum, mas também porque a corporalidade pode ser tanto o campo de batalha como o objeto em disputa na tensão entre o poder/violência (Gewalt) de gerência sobre a vida e a resistência a seus aparelhos.
Sendo assim, situamos nossa comunicação na encruzilhada entre disciplinas. Intuímos que pensar problemáticas dessa ordem pode ser também oportunidade para questionar a atividade intelectual relativamente à ideia de pureza – seja disciplinar, artística ou sistemática e doutrinária. |