Oral (Tema Livre)
1152-1 | ENTRE IDAS E VOLTAS A CONSTANTE TRAVESSIA: A MARCA DO COTIDIANO QUE DESCORTINA A MODERNIDADE MADURA DE BANDEIRA. | Autores: | Maria do Carmo Belizário (FAO - FACULDADE DE ORLÂNDIA) |
Resumo Entre o som e o sentido a humanidade assiste o grande avanço da sismologia cultural. A busca em registrar as mudanças e deslocamentos que ocorrem na história da arte, da literatura e do pensamento afirma que um novo mundo se descortina: a transição entre o Simbolismo e a Modernidade. O passado sustentado pela retórica tradicional cede aos apelos do século XX, propondo uma nova arte, um novo olhar marcado pela criação de um pensamento crítico. A modernidade, na acepção usual da palavra, provoca impacto em meio à cultura. Neste contexto, a cada geração há uma revolução norteada pelo avanço dos anos, desvelando as crises que assolam os meios artísticos revelando a ambiguidade que o homem experimenta. A arte é uma arte da metamorfose onde o homem experiencia infindas viagens. A sensação de vazio leva o artista à busca de algo para preencher suas inquietudes. Assim, uma gama de artistas apropria-se da desmontagem do convencional, engajando-se em uma incessante viagem para apresentar ao mundo o inusitado: a arte moderna fundamentada no postulado de que o registro da consciência ou experiência desvela os estados de espírito da humanidade por meio da poesia. Neste espírito inovador o poeta sonda as especificidades do lirismo como a sonoridade, a musicalidade e o ritmo por meio das palavras pontuando que a poética do século XX é herdeira destes movimentos que permeiam o cotidiano. Nesta alquimia, lutando com a morte e o vazio, Bandeira teve participação decisiva na consolidação da poesia modernista. O poeta ao se entregar à tessitura da palavra, recompõe com o mais puro lirismo o mosaico das escavações interiores, pois ao vasculhar o passado, Bandeira resgata suas reminiscências afirmando que o seu primeiro contato com a poesia sob forma de versos teria sido nos contos de fadas, em histórias da Carochinha, cuja sonoridade “Xô, passarinho!, perpassa o tempo descortinando a essência de toda uma trajetória transmutada em um tecer poético que se faz atemporal. |