Oral (Tema Livre)
518-1 | DO HEROÍSMO NA VIDA MODERNA OU A LIQUIDEZ DO SUJEITO: UMA LEITURA DE SATOLEP. | Autores: | Marta Célia Feitosa Bezerra (IFPB - INSTITUTO FEDERAL DA PARAIBA- CAMPINA GRANDEUFPB - UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA) |
Resumo O presente trabalho propõe traçar um caminho que permeia a construção do herói, da tradição clássica à vida moderna. Do sujeito amparado e conduzido pelos deuses ao sujeito abandonado e perdido em sua própria subjetividade, onde o desejo e a vontade transformam-se em reificações, em produtos do capital. Diante do gigantismo do mundo e de seu poder ameaçador, os indivíduos tornam-se coadjuvantes, incapazes de atitudes revolucionárias, incapazes de verter para a concretude material, ações que resignifiquem o seu mundo, considerando o ideal de heroísmo clássico. O romance do século XX espelha essa inadequação, na qual o herói empreende uma luta inglória e solitária: primeiramente, consigo próprio e depois com o mundo estranho e inadequado em que vive. Como indivíduo e multidão se confundem na modernidade, a ação heróica não é mais a do sujeito que se destaca em meio aos seus pares pela astúcia, bravura e coragem, a fim de um projeto coletivo. Ergue-se em sua debilidade um homem que faz parte dessa multidão, percebendo-se nela refletido e que luta para manter-se vivo, supremo ato de heroísmo num mundo que lhe é adverso. Embasados pelos conceitos de modernidade de Baudelaire e Walter Benjamin analisamos a configuração do herói em Satolep , de Vitor Ramil, narrativa que descreve o percurso exterior e interior do sujeito na tentativa de encontrar, através dos elementos da modernidade, aquilo que lhe afigura de humano. |