Resumo: No Brasil, segundo
recente pesquisa do Ibope, 96% da população desconhecem o significado da palavra
“Holocausto”. Negacionistas e revisionistas têm encontrado campo fértil para a
disseminação de suas idéias. Uma vasta literatura de desinformação que já chegou
ao cinema, ao vídeo e à Internet tem sido produzida. Velhos pesquisadores
nostálgicos do nazismo e jovens militantes neonazistas trabalham, há décadas, na
construção de uma maciça propaganda intitulada “revisão do Holocausto”. Uma
exposição de “caricaturas do Holocausto” (que premiou dois ilustradores do
Brasil, terceiro país em número de colaborações) e um Congresso Mundial de
Revisionistas, foram, em pleno século XXI, patrocinado pelo Irã. A campanha de
revisão e negação do Holocausto, a disseminação dos Protocolos dos Sábios de
Sião, de filmes, romances, contos e caricaturas anti-semitas, em todas as
mídias, compõem uma espécie de “arquivo do mal” destinado a desconstruir
testemunhos, biografias, depoimentos, fotografias e todos os estudos
empreendidos pós-Shoah. Nosso objetivo, no Simpósio “Cartografias da Shoah:
Literatura, Cinema e Artes”, é, no âmbito do Encontro Regional Abralic
2007 e a contrapelo daquele “arquivo do mal”, mapear a literatura produzida
sobre a Shoah e algumas de suas múltiplas relações com a história, a política e
as artes.