SIMPÓSIO 43 - O HUMANISMO SEGUNDO JOSÉ SARAMAGO
Sandra A. Ferreira ( UNESP ) - San@assis.unesp.br

Resumo: A crítica aponta, na produção romanesca de José Saramago, um desejo de deter a fatalidade da história. Pode-se dizer que é pelo "não" contraposto aos fatos históricos que o romancista deixa de ser historiador e sugere, ainda, que os próprios documentos históricos não são infensos a desvãos nos quais a fabulação pode alojar-se e revelar que a história é também um discurso, uma representação. Os romances de Saramago têm confirmado que a literatura pode não apenas alterar o passado, mas também sugerir que o presente e o futuro podem ser outros. Assim, tanto a evocação do passado (a exemplo de Memorial do Convento, História do Cerco de Lisboa, O ano da morte de Ricardo Reis) quanto a visão do presente (Ensaio sobre a cegueira, Todos os nomes, A caverna, por exemplo) abrem-se para o futuro e configuram a existência de um projeto humanista subjacente à sua obra romanesca. Nessa obra, constata-se que a história humana não vai inelutavelmente a lugar nenhum, mas resulta da ação dos sujeitos e é insubordinável a um único princípio de desenvolvimento. Esse olhar confere um lugar central à política e sua capacidade de levar os seres humanos a se reunirem, a permutarem uns com os outros, a construírem estratégias para tornar as alteridades visíveis. O colóquio ora proposto congregará leituras dos romances de Saramago orientadas pela explicitação do quanto sua obra está embebida de Humanismo e, em contrapartida, vincada por intensa negação ao anti-humanismo de todos os matizes: mercadológico, totalitarista, tecnológico.

 

COMUNICAÇÕES APRESENTADAS COM TEXTOS DISPONIBILIZADOS

O ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, DE JOSÉ SARAMAGO, SOB A ÓTICA DO EXISTENCIALISMO DE SARTRE
por ODIL JOSÉ DE OLIVEIRA & MÍRIAM G. P. PALOTTA
 
RESISTÊNCIA E INVENÇÃO NA CAVERNA DE SARAMAGO
por ADRIANA BITTENCOURT GUEDES
 
O TOPOS DA VOLTA AO LAR E A HISTORICIZAÇÃO DO MITO EM ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, DE JOSÉ SARAMAGO
por ÂNGELA IGNATTI SILVA & LÍLIAN LOPONDO
 
O ORIGINAL E A CÓPIA (SOBRE O HOMEM DUPLICADO, DE JOSÉ SARAMAGO)
por SANDRA APARECIDA FERREIRA
 
SARAMAGO E A CONCEPÇÃO DE ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
por RUBENS PEREIRA DOS SANTOS
 
TODOS OS NOMES: O ESPAÇO DA MORTE E DA VIDA NA OBRA DE JOSÉ SARAMAGO
por MURILO DE ASSIS MACEDO GOMES
 
A ESCRITA EM TEMPOS SOMBRIOS
por CLAUDIO DE SA CAPUANO
 
SARAMAGO: LEITOR DE CAMÕES
por FLÁVIO GARCIA VICHINSKY
 
SARAMAGO E PEPETELA: SEUS CONTEXTOS EX-CÊNTRICOS
por ROSANGELA MANHAS MANTOLVANI


COMUNICAÇÕES APRESENTADAS


ESCRITOR E LEITOR: ARMADILHAS NARRATIVAS EM JOSÉ SARAMAGO
por VERA BASTAZIN

A CRISE DA MODERNIDADE NOS ESPAÇOS DA CASA NA OBRA O HOMEM DUPLICADO
por FRANCISCO DAS CHAGAS JACINTO ALVES



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