SIMPÓSIO 44 - O LITERÁRIO NOS DIÁLOGOS CULTURAIS
Luiz Gonzaga Marchezan ( UNESP ) - zmarchezan@fclar.unesp.br

Resumo: Barthes, no início da década de 70, em estudo realizado sobre um conto de Poe, ressalta o claro deixado pelos "arranques da intertextualidade", análises com "partidas do já lido", de narrativas subsumidas, que trazem, de forma latente, a "significação em ação, ramificada em outros textos". Suas idéias inspiram-se nos resultados que, a partir de 1967, Kristeva anuncia, na França, tendo como base suas leituras de textos de Bakhtin, que resultam em propostas com ênfase na análise da literatura por meio de um diálogo entre estruturas, pautado pelas relações entre escritor, destinatário e contexto cultural. Estes, em outros termos, encontram-se já presentes nas discussões dos clássicos acerca da enunciação, de que quem enuncia é um híbrido de enunciador e enunciatário. Em tempos mais céticos como o nosso, a verdade fez-se mais negociada em sua enunciação e traduziu-se em veredicção, intratexto, interdiscurso, argumentação. A enunciação,  definida por relações dialógicas, (des)ordena diferentes vozes sociais, cujo arranjo a análise do discurso explicita e explica à sociedade, traduzindo um diálogo textual, entre trocas culturais que evidenciam intertextualidade, hibridismo, transculturação e outros atributos. Lê-se, assim, uma obra literária no seu processo de criação, no seu sistema literário, como um lugar de tensões entre rural e urbano; local, regional e universal; oral e escrito etc. Este simpósio objetiva discutir as múltiplas composições do literário que os escritores têm proposto para dar conta deste tempo contemporâneo de valores mais facilmente intercambiáveis e verdades mais relativas.

 

COMUNICAÇÕES APRESENTADAS COM TEXTOS DISPONIBILIZADOS

BRASIL E ANGOLA: DO ORAL AO ESCRITO, DO REGIONAL AO UNIVERSAL NA CONTÍSTICA DE HUGO DE CARVALHO RAMOS E MENDES DE CARVALHO
por MARILÚCIA MENDES RAMOS
 
A MORTE DE XERAZADE NA PERSPECTIVA SATIRICA DE EDGAR ALLAN POE
por ANA MARIA ZANONI DA SILVA
 
SABE QUEM ESTÁ FALANDO? A PARÓDIA COMO APROPRIAÇÃO DO DISCURSO ALHEIO NA LINGUAGEM MODERNISTA
por BENEDITO ANTUNES
 
O QUIXOTESCO EM PONCIANO E VITORINO
por EUNICE PRUDENCIANO DE SOUZA
 
CASA DE MIA, CASA DE SOPHIA: AS IMAGENS DA CASA EM MIA COUTO E SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
por ANA CLÁUDIA DA SILVA
 
MENALTON BRAFF, LEITOR DE CECÍLIA MEIRELES
por LUIZ GONZAGA MARCHEZAN
 
A BELA E A FERA : UMA LEITURA PARA CLARICE
por MARIA ELOÍSA DE SOUZA IVAN
 
TRAÇOS IMPRESSIONISTAS NO CONTO "O BANQUETE", DE MENALTON BRAFF
por RAFAELA CARDOSO BELEBONI
 
LUTO E JOGO EM J.J.VEIGA
por EDILENE GASPARINI FERNANDES
 
A ANTIDISCURSIVIDADE DA POESIA DE VANGUARDA: OCTAVIO PAZ E HAROLDO DE CAMPOS
por MARIA IVONETE SANTOS SILVA
 
INTERTEXTUALIDADE E INTERCULTURALISMO NOS ROMANCES LE CHERCHEUR D’OR E LA QUARANTAINE
por ANA LUIZA SILVA CAMARANI
 
A PRESENÇA DO ÍNDIO EM ROMANCES DE SAER, UBALDO RIBEIRO E BERNARDO CARVALHO
por DANILO LUIZ CARLOS MICALI
 
A VIDA: OUTRO MODO DE USAR. O RETORNO DO REAL E AS ARTES CONTEMPORÂNEAS
por MARIA ADÉLIA MENEGAZZO
 
"TUDO VALE A PENA" ENTRE A CANÇÃO E A LITERATURA
por LUCIANE DE PAULA
 
A CONSTRUÇÃO DO PORTRAIT FOTOGRÁFICO NO ENTRE-LUGAR DO BIOGRÁFICO E ARTÍSTICO
por MARIA TERESA FERREIRA BASTOS
 
IMAGENS DE PORTUGAL, BRASIL E ÁFRICA NOS DIÁRIOS DE MIGUEL TORGA
por LUCILENE SOARES DA COSTA
 
REALISMO E NEO-REALISMO: O ROMANCE DA DECADÊNCIA NO BRASIL E EM PORTUGAL
por EDVALDO A. BERGAMO
 
MANUAL DE PINTURA E CALIGRAFIA: NOTAS SOBRE O DIALOGISMO NO PROJETO ESTÉTICO DE SARAMAGO
por AGNES TERESA COLTURATO CINTRA
 
JOSÉ SARAMAGO E A LITERATURA HISPANO-AMERICANA
por TANIA MARA ANTONIETTI LOPES



[ VOLTAR ]