Resumo: Há de se pensar a cultura
brasileira no contexto das trocas simbólicas, no sentido de uma devoração
crítica geradora de produtos híbridos, que protagonizam o diálogo da diferença
no interior da própria cultura. Há de se pensar os processos transculturadores
que desestabilizam uma visão logocêntrica e ontológica, em benefício de uma
perspectiva mais ampla e aberta às penetrações orgânicas do corpo cultural nas
suas mais variadas expressões de linguagem. Propõe-se, portanto, que seja
pensada a cultura brasileira por meio de seu aspecto dinâmico e transculturador,
dispositivos que a diferem e a singularizam na pluralidade dos textos que a
expressam e a traduzem. A construção de um saber sobre a cultura, dessa forma,
requer que a estudemos como um corpo textual, cujas trocas e metamorfoses
vividas a partir do contato com outros sistemas traz a possibilidade de
compreendermos os elementos transculturadores como parte do processo gerador das
imagens da cultura em seus produtos.