ORIENTAÇÃO: Tania Maria Nunes de Lima Camara

RESUMO: A mitologia Yorubá, de matriz africana, ganhou um novo formato para divulgação de suas histórias: os quadrinhos ou HQ´s. Por meio deles, os Orixás foram transformados em super-heróis no estilo Graphic Novel, gênero que certamente aumenta o interesse dos alunos por contos que lhes tragam conhecimentos sobre a cultura brasileira. Dessa forma, reconhecendo o espaço das aulas de Língua Portuguesa como um espaço abrangente, bem como o ensino produtivo da língua materna, o qual prioriza o estudo gramatical como instrumento de produção de gêneros textuais distintos, inclusive o gênero quadrinhos, com intuito de desenvolver a competência textual do estudante, afirma-se a necessidade de realizar escolhas de leituras adequadas a serem realizadas em sala, relacionando literatura, cultura e língua portuguesa, conforme prescrevem documentos oficiais que orientam a educação brasileira: a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Lei 10.639/2003. Diante desse cenário, surge o interesse do estudo da obra Conto dos Orixás, de Hugo Canuto, na medida em que os contos revelam a essência empoderada e guerreira de divindades africanas, características também presentes no cotidiano dos brasileiros e, por esse motivo, também constituem traços de sua identidade. Por meio desses contos, o aluno é levado a não só construir sua identidade cultural, como também evitar práticas de intolerância e discriminação. Ademais, busca-se desenvolver as habilidades comunicativas, tornando o estudante capaz de identificar o gênero quadrinhos, de mostrar-se apto a compreender o que lê, não apenas decodificando sentenças. Com aporte teórico em Bakhtin, Marcuschi, Travaglia, Antunes, entre outros. O objetivo principal do estudo é trazer luz para o tema, utilizando as aulas de Português como rio condutor para divulgação da Mitologia Africana, evitando que os alunos fiquem presos na caverna do desconhecimento, como no mito de Platão.

PALAVRAS-CHAVE: língua portuguesa; gênero textual; cultura africana

REFERÊNCIAS: ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola, 2004. BAKHTIN, M. M. Os gêneros do discurso. In Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. BRASIL. Lei nº 10.639 de 09 de janeiro de 2003. A obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” nas escolas. Brasília, DF, 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm>. Acesso em: 15 jun. 2020. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2017. Disponível em: <https://mla.bs/687fc221> Acesso em 15 jun. 2020. CANUTO, Hugo. Contos dos Orixás. Salvador: Selo Independente, 2018. KOCH, Ingedore; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Texto e coerência. São Paulo: Cortez, 1989b. MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora. Gêneros textuais & ensino. 3ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p.19 - 36.