A LITERATURA EM TEMPOS EXTREMOS: SENTIDOS DA CRÍTICA, DA PESQUISA E DO ENSINO

Intermitências da vida: por uma pedagogia do tédio na pesquisa e no ensino de literatura

Rachel Esteves Lima (UFBA)

O trabalho tem como objetivo discutir a importância do tédio, entendido como a vivência de uma temporalidade não pautada pelo mecanicismo do tempo cronológico, para a produção de saberes que se tornam práxis, na medida em que são fruto de uma intensa experiência em que o corpo se implica na construção de ideias e práticas que promovam o bem-viver. A reflexão também tentará situar, a partir da tática que venho adotando na pesquisa e no ensino remoto, no atual período de quarentena, a necessidade de se construir um espaço em que o sofrimento decorrente das perdas que rondam a todos nós possa ser expresso e elaborado em coletividade.

Rachel Esteves Lima é professora Titular de Literatura Brasileira na Universidade Federal da Bahia, com estágios pós-doutorais realizados na Universidade Paris XIII e Universidade de Bolonha, e Doutorado em Estudos Literários/Literatura Comparada na Universidade Federal de Minas Gerais. É pesquisadora do CNPq e coordenadora do Núcleo de Estudos da Crítica e da Cultura Contemporânea, no Instituto de Letras da UFBA.

 

Literatura como diálogo, resistência e esperança

Germana Sales (UFPA)

Para falar de Literatura como diálogo e esperança e, portanto, como forma de resistência, parto das seguintes questões: Como a produção literária, de séculos anteriores, se estabeleceu no cotidiano do leitor? Quais os caminhos e perspectivas dos estudos literários na cena contemporânea? Qual o lugar da Literatura, em seus diversos gêneros, na vivência do leitor atual? Tais questionamentos necessitam de outros que os complementam, como a observação em torno do que lê o público na atual conjuntura. Esta comunicação tem como objetivo refletir sobre a literatura e sua permanência no cotidiano, num mundo com máscaras e sem elas.

Germana Araújo Sales possui Graduação em Letras pela Universidade Estadual do Ceará - UECE (1989), Mestrado em Letras: Teoria Literária pela Universidade Federal do Pará - UFPA (1997) e Doutorado em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (2003). É professora Titular do Instituto de Letras e Comunicação (ILC), da Universidade do Federal do Pará, com atividade docente na Graduação e Pós-Graduação, atuando especialmente em temáticas referentes à literatura do século XIX e ensino de Literatura. Exerceu o cargo de Presidente da Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC, gestão 2014-2015) e da Associação Brasileira de Professores de Literatura Portuguesa (ABRAPLIP, gestão 2018-2019). Atualmente exerce a função de Coordenadora da Área de Linguística e Literatura da CAPES [Portaria No 69 do Diário Oficial Nº 66, 6 de abril de 2018]. Publicou vários capítulos de livros, artigos e organizou coletâneas de livros. Tem experiência na área de Letras, com ênfase na Literatura Portuguesa, História da Literatura e História do Livro e da Leitura, com destaque nos seguintes temas: comércio de livros entre Portugal e Brasil; estudos do romance no século XIX; crítica ao romance no Oitocentos, prosa de ficção oitocentista.

 

Literatura, política e resistência em contextos autoritários

Cláudia Caimi (UFRGS)

Grande parte dos livros de memória ou literários que abordam as ditaduras militares dos anos 70, no continente americano, são escritos por homens ou abordam a participação na luta e resistência de um ponto de vista de ausência de gênero, tornando invisível a participação e o gesto feminino neste contexto de violência e trauma. Esta reflexão reúne dois livros, um de memória, Volto Semana que vem (2015), de Maria Pilla, e um literário, Jamais o fogo nunca (2007), de Diamela Eltit, que colocam a mulher como protagonista da ação, da memória e da experiência política. Busca-se os reveses presentes nessas narrativas e as formas de comportamento que a experiência militante produziu e significou para as mulheres.

Claudia Luiza Caimi é professora associada no Departamento de Linguística, Filologia e Teoria Literária, no programa de Pós-Graduação em Letras, linha de pesquisa Teoria, Crítica e Comparatismo e no programa de Pós-graduação em Psicologia Social e Institucional, linha de pesquisa Clínica, subjetividade e política, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Brasil. Doutora em Letras/Teoria da Literatura, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC/RS, Brasil. Pós-doutorado no Centro de Estudos Comparatistas, na linha Memória, Testemunho, Esquecimento, na Universidade de Lisboa. Coordenadora do grupo de pesquisa Narrativa, memória e política/UFRGS. Suas publicações versam sobre o tema memória e política.

Rejane Pivetta (UFRGS) — mediação

 

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